O Ministério da Saúde começou a enviar doses extras da vacina contra o sarampo nesta semana para todos os estados do Brasil. Mato Grosso do Sul recebeu 23.749 mil doses, sendo 3,5 mil para Campo Grande. Essa medida tem objetivo de garantir a proteção impedindo a evolução da doença já registrada em 13 estados. Em rezão disso, a população deve obedecer ao chamado para a imunização das crianças de 6 meses a 11 meses e 29 dias, que é a chamada “dose zero”.
De acordo com a nova atualização do boletim epidemiológico, nos últimos 90 dias, o Brasil registrou 2.331 casos confirmados de sarampo em: São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Santa Catarina, Distrito Federal, Bahia, Paraná, Maranhão, Rio Grande do Norte, Espírito Santo, Sergipe, Goiás e Piauí. Apesar de ter o último registro de sarampo em 2010, Mato Grosso do Sul fica em alerta em razão do número de casos no estado vizinho. “Desde que foram registrados casos próximos, temos a preocupação de alertar a todos. Só este ano, 27 casos foram investigados, mas 19 já foram descartados. Pedimos que os municípios atuem com a vigilância epidemiológica e que estejam em alerta para qualquer indivíduo com sintoma para não termos estes casos”, comentou a gerente técnica da área de imunização da SES (Secretaria de Estado de Saúde), Kátia Mougenot.
Ela ainda explica que a chamada “dose zero” não substitui o calendário nacional de vacinação da criança. “Além dessa dose que está sendo aplicada agora, os pais devem levar os filhos para tomar a vacina tríplice viral aos 12 meses de idade (1ª dose); e aos 15 meses (2ª dose) para tomar a vacina tetra viral ou a tríplice viral + varicela, respeitando-se o intervalo de 30 dias entre as doses. A vacinação de rotina das crianças deve ser mantida independentemente de a criança ter tomado a dose zero da vacina”, destacou.
Na Capital, segundo a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública), as vacinas estão disponíveis nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde) e UBSFs (Unidades Básicas de Saúde da Família). Ainda de acordo com a secretária, uma nova remessa de vacinas deve chegar à Capital, com a mesma quantidade de 3,5 mil doses. Na Capital, foram 13 notificações de sarampo desde o início do ano, sendo que uma dessas ocorrências foi com uma criança de 10 meses que viajou com a mãe para São Paulo, e ainda está em investigação.
A transmissão do sarampo
Acontece por contaminação direta de pessoa a pessoa, e a vacina é a medida de prevenção mais eficaz. Os sintomas mais comuns são febre alta, mal-estar, inflamação nos olhos, coriza, dor de garganta, falta de apetite e irritação na pele, com o aparecimento de manchas vermelhas. Se não houver tratamento, as complica ções causadas pelo sarampo podem levar à morte.
De acordo com a gerente de doenças imunopreveníveis da SES, Jakeline Fonseca, a doença acaba sendo muito comum em crianças, que estão mais suscetíveis à infecção. “Mais frequente em crianças menores de 5 anos de idade, o sarampo não é tão simples quanto se imagina. É uma doença que pode levar a complicações graves como cegueira, encefalite [inflamação do cérebro], otite [infecção de ouvido] e distúrbios respiratórios”, esclareceu Jakeline.
Existem também alguns grupos que estão mais suscetíveis à doença: “Toda pessoa que apresentar febre e pintinhas espalhadas pelo corpo, com início na cabeça e no pescoço, acompanhadas de tosse, ou coriza ou conjuntivite, deve procurar atendimento médico para ver se é sarampo”, completou Jakeline. (Dayane Medina colaborou Raiane Carneiro)