Mais rentáveis, soja e milho tomaram lugar de boa parte das lavouras
A expansão desenfreada da soja e do milho no Estado, que são muito mais rentáveis em termos de preços, acabaram por reduzir em 50% nos últimos seis anos o plantio de arroz em Mato Grosso do Sul. Em tempos áureos, na década de 80 por exemplo, a cultura chegou a ocupar mais de 100 mil hectares. Hoje se restringe a apenas 11,2 mil hectares semeados na safra 20/20 e que já foram colhidos, com produção final aproximada de 68,9 mil toneladas, representando aumento de 11% em relação a 2018/19, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Considerada uma cultura de cunho tradicionalista, por ser exercida em regiões e locais específicos, em função de suas características peculiares, o arroz perdeu seu espaço, entre outros fatores, para a competição com o arroz dos estados da Região Sul, mais especificamente Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Segundo um levantamento da Conab, desde 1977, ano de criação do Estado de Mato Grosso do Sul, a produção estadual sofreu progressiva redução de área cultivada e do total produzido, ao mesmo tempo em que ocorria a migração das áreas de cultivo para outras culturas, como a soja e o milho, predominantemente. Na safra 2013/2014, segundo dados da Conab, a área cultivada foi de 15.500 ha.
Para este ano, o LSPA (Levantamento Sistemático da Produção Agrícola), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), prevê uma área plantada de 10.500 hectares, com uma produção de 63.000 toneladas. De acordo com Alexander Pegorare, supervisor de pesquisas agropecuárias do IBGE , Mato Grosso do Sul vem perdendo ano a ano espaço na produção de arroz. Para ele três fatores são os principais motivadores dessa redução, tais como: custo de produção, risco climático na colheita e a substituição pela plantação da soja.
“O custo de produção muito alto (principalmente para controle de doenças e ervas daninhas); o risco climático de a colheita ser chuvosa em janeiro e fevereiro, já que normalmente se planta arroz em várzea (impede a colheita mecanizada pois fica de difícil acesso à colheitadeira quando alaga); e principalmente em MS a concorrência com a soja que tem um custo de produção menor, e risco menor de colheita, já que normalmente se planta soja em área drenadas”, explicou.
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(Texto: Rosana Siqueira com Michelly Perez)