Enquanto estados vizinhos confirmam casos da variante delta, até o momento, Mato Grosso do Sul não tem nenhuma amostra em análise, segundo a SES (Secretaria de Estado de Saúde).
O professor da Famed (Faculdade de Medicina) e integrante do Laboratório COVID, da universidade federal do Estado, James Venturini, garantiu que a análise genômica é bem precisa e acusaria de imediato se tivéssemos um caso dessa variante.
“Nós temos um serviço de sequenciamento e que está fazendo, sim, análises de variante. Mas das amostras testadas, não foi detectada essa variante”, disse.
De acordo com o Ministério da Saúde, até a última quarta- -feira (21), foram identificados 135 casos da variante delta no país. Do total, cinco casos evoluíram para quadro grave que resultou em morte.
Dos 135 casos registrados, são: seis no Distrito Federal, dois em Goiás, seis no navio que esteve na costa do Maranhão, um em Minas Gerais, 13 no Paraná, dois em Pernambuco, 87 no Rio de Janeiro, três no Rio Grande do Sul, cinco em Santa Catarina e dez em São Paulo.
Mato Grosso do Sul está cercado por estados que já registram casos da variante delta. A infectologista Ana Lúcia Lyrio afirmou que é preciso implantar barreiras sanitárias nas cidades que fazem limite. “Com certeza seria um caminho, as barreiras sanitárias, assim como fiscalizações mais rígidas em aeroportos e rodoviárias, até porque essas medidas deveriam ser contínuas, agora sem dúvida com a variante delta”, ressaltou.
Uma pesquisa divulgada no fim do ano passado pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) mostra que a variante delta apresenta maior risco de reinfecção. O sistema imunológico de pessoas já infectadas por outras cepas da COVID é até 11 vezes menos eficaz contra a variante.
Três Lagoas é um dos municípios do Estado que fazem divisa com São Paulo. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, nenhuma orientação ou determinação foi repassada pelo governo a respeito de medidas a serem tomadas por conta da variante delta.
Um estudo publicado na última quarta-feira, no “New England Journal of Medicine”, aponta que duas doses das vacinas da Pfizer e da AstraZeneca são quase tão eficazes contra a variante delta quanto contra a variante alfa.
Conforme o estudo, as duas doses da vacina da Pfizer resultaram em 88% de eficácia. As duas doses da AstraZeneca em 67%. Já a vacina de dose única, a Janssen, é menos eficaz contra a variante delta, de acordo com um novo estudo, de especialistas da Univesidade de Nova York. Mas o estudo ainda não foi revisado por pesquisadores independentes nem publicado em revista científica.
Para a CoronaVac, vacina fabricada pelo Butantan, a eficácia está sendo analisada. (Texto: Rafaela Alves)