Desde quarta-feira, (14) está aberta exposição audiovisual inspirada em “Morte e Vida Severina” no MIS (Museu da Imagem e do Som), de Campo Grande. A mostra produzida pelos alunos do 2ª ano da Escola Estadual José Mamede Aquino, é um mergulho no livro poema de João Cabral de Melo Neto. A obra é um épico sobre o sofrimento e a garra do povo nordestino.
A mostra “Releituras do Filme Morte e Vida Severina” apresenta o resultado de um ano intenso de pesquisas e abordagens dentro e fora da sala de aula que renderam telas, fotografias, debates, pinturas em muros e um curta-metragem, tudo inspirado pelo livro e com a orientação de professores de diferentes disciplinas.
De acordo com a diretora Diana Pilatti, o projeto audiovisual foi pensado pelos professores após um processo de avaliação diagnóstica no início do ano, quando foram percebidas algumas notas abaixo da média nas Ciências Humanas, em especial nas disciplinas de Arte e Geografia.
Trabalhar com os estudantes o Arte Coletiva Os alunos fizeram uma imersão na obra e criaram pinturas e afrescos que serviram de cenário para o Curta-metragem poema “Morte e vida Severina” foi uma forma de incentivar a leitura e a escrita, disseminar o conhecimento sobre o sertão nordestino e a migração do povo em busca de melhores condições de vida, sua cultura, a percepção da iconografia, da expressão corporal e da linguagem.
O poema apresenta as agruras de Severino, que representa o êxodo de um povo que saía do Nordeste para fugir da seca. “Fazendo um paralelo com esse poema, que retrata uma realidade da migração do povo brasileiro, percebemos que as famílias da nossa comunidade escolar também vivenciam ou vivenciaram essa problemática”, explica a diretora do projeto audiovisual.
Para o trabalho, os alunos fizeram uma imersão na obra e criaram pinturas e afrescos nos muros da escola representando as fábricas e a paisagem do sertão nordestino. Essas pinturas serviram como cenário para filmagem do curta-metragem.
A leitura coletiva foi a base do roteiro. Foram selecionados os participantes e personagens, posturas e figurino. O desenvolvimento da expressão corporal foi um passo natural neste processo, seguido pelos treinos de expressões verbais do sotaque nordestino.
Para desenvolver este trabalho, os estudantes utilizaram os recursos da sala de tecnologia para as pesquisas sobre a população, a seca e a miséria, juntamente com as imagens de um filme produzido na década de 1970. Os tablets, as câmeras digitais e os celulares dos próprios estudantes serviram para realização de testes para gravação de vídeos e as caixas de som e microfones para captação dos áudios.
O resultado dessa grande pesquisa cultural pode ser conferido no Museu da Imagem e do Som da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul. A mostra conta com 30 telas, fotografias e com o filme produzido pelos alunos da Escola Estadual José Mamede de Aquino. Para os interessados em visitar MIS, a entrada é gratuita. Acesse também: Governo do Estado autoriza retomada de cirurgias eletivas
(Com assessoria)