Na Capital, o cancelamento das festas de carnaval trouxe uma redução tímida nos números de ocorrências de violência contra a mulher, conforme a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher). Neste ano, foram 120 registros contra os 127 no mesmo período do ano passado. A situação é diferente do que ocorreu na cidade vizinha, em Aquidauana, onde os números dobraram e houve até tentativa de feminicídio. Os dados mostram que a violência predomina dentro de casa, independente da folia.
Para a delegada titular da Deam, Fernanda Mendes, a redução mínima de casos revela como o principal cenário de violência contra a mulher está dentro dos lares, já que o fim das festas não gerou impacto significativo nos registros.
“A redução entre 2020 e 2021 foi mínima, cerca de 6%, mas o que nós podemos observar com isso é que, independente das festividades do carnaval, a violência doméstica continuou nos mesmos números do ano passado. Isso porque os crimes ocorrem dentro dos lares”, descreveu.
Segundo os dados da delegacia especializada, o principal crime registrado foi de ameaça, somando 50 boletins. Outros 14 casos de violência doméstica foram computados no período em que seria celebrado o carnaval.
O recorte no período sem folia é um retrato semelhante ao que ocorreu durante todo o ano de 2020, em que o isolamento provocado pela pandemia elevou os números de violência. A delegada Joilce Silveira Ramos, que está em exercício em Aquidauana, aponta que no município a suspensão das festas fez com que os registros de violência doméstica dobrassem se comparados com o mesmo período do ano passado.
Enquanto em 2020 foram registrados três casos, este ano foram seis, com uma tentativa de feminicídio. “Apesar de ser uma cidade menor e contar com poucos registros, o aumento foi de 100%. Isso é um retrato do que as mulheres vivem dentro de casa. Com a COVID-19, só amplificou essa situação, pois o agressor passa mais tempo dentro de casa e a vítima se torna mais vulnerável”, pontuou.
Em relação à violência sexual, na Capital foi registrado um estupro de vulnerável e nenhum de adultas. Já em Aquidauana, não houve registros, diferente do ano passado, quando foram identificados dois casos.
(Texto: Amanda Amorim)
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