Home office ‘passa no teste’ e vira alternativa para depois da pandemia

Empresas admitem ganhos em comunicação e produtividade mesmo durante período de trabalho remoto

Desde a chegada da pandemia, muitas empresas tiveram que inovar e se adequar ao novo momento por meio do trabalho remoto, o popular home office. Empresas de Campo Grande que aderiram ao novo modelo de negócios comemoram bons resultados e afirmam que, acima de tudo, o sistema proporcionou uma melhora na comunicação colaborativa, que possibilitou a ampliação do quadro de funcionários mesmo durante a crise econômica provocada pelo novo coronavírus.

Com o modelo de home office adotado pela empresa desde 2016, mesmo que em um número menor de colaboradores, o Grupo DB1, empresa de tecnologia especializada no desenvolvimento de software e serviços de desenvolvimento para empresas, precisou aumentar de seis para 24 colaboradores em trabalho remoto durante a pandemia. Para Natalia Kawatoko, gerente de Gestão de Pessoas do grupo, isso não foi um problema, e sim, uma nova forma de consolidar melhores resultados.

“Estar 100% em home office não influenciou de forma negativa o processo de trabalho do Grupo DB1. Pelo contrário, a produtividade não foi afetada. Estar neste processo desde 2016, nos ajudou bastante, pelo fato de termos sedes distribuídas. Dessa forma, mesmo quem estava trabalhando em modelo presencial nas nossas sedes em Maringá, Campo Grande ou Presidente Prudente, estava adaptado à colaboração remota, seja por meio de nossos comunicados internos, reuniões, interações, treinamento, acompanhamento dos colaboradores”, explicou.

Mesmo assim, ela destaca que alguns funcionários, devido a particularidades, encontraram certa dificuldade em se adequar completamente ao novo modelo de trabalho. Adaptação essa que em alguns casos foi mais emocional do que de processos.

“Acreditamos que cada um tem uma vivência muito particular ao que significa estar remoto. Cada um tem contextos familiares, estruturas e dinâmicas diferentes que favorecem ou dificultam o processo. A maior dificuldade percebida foi em relação à conexão pessoal. Estar longe, não ver os colegas de trabalho o tempo todo, foi a maior dificuldade”, revelou.

As mudanças não ficaram apenas no que se refere aos colaboradores. A empresa também se adaptou ao uso das estruturas de tecnologia, incluindo a VPN ou (Rede Privada Virtual, do inglês), que permite o tráfego de dados de forma segura e o acesso a uma rede interna da empresa mesmo trabalhando em casa. Com os bons resultados colhidos, a empresa afirma que vai expandir o modelo nos próximos meses e já projeta a contratação de novos trabalhadores.

“A intenção do Grupo DB1 para os próximos meses é expandir o modelo de home office no pós-pandemia, pois sentimos que funcionou muito bem, e ampliar o número de pessoas trabalhando remotamente. Mesmo em meio à pandemia, abrimos diversas vagas graças a performance de algumas empresas do grupo e estamos com muitas vagas abertas. Isso permite quebrar as fronteiras, o que nos garante mais facilidade para a contratação”, contou.

“Acreditamos que cada um tem uma vivência muito particular ao que significa estar remoto. Cada um tem contextos familiares, estruturas e dinâmicas diferentes que favorecem ou dificultam o processo”, completa.

Regime estreita laços entre funcionários e melhora performance

Erick Félix, diretor comercial da Roufe Engenharia, empresa especializada na elaboração de projetos e fiscalização, lembrou os avanços conquistados pelos colaboradores após trabalharem de forma remota por um mês e meio. Avanços estes que possibilitaram que a comunicação empresarial alavancasse e se tornasse ainda mais forte.

“Após a chegada da pandemia, entre abril e maio, passamos um mês e meio no modelo home office. A empresa é especializada na elaboração de projetos de engenharia e na parte orçamentária, e presta os serviços de fiscalização, que durante a pandemia ficaram paralisados. Mas na parte de projetos, não precisamos parar. Foi bom, porque a equipe já tinha uma boa integração, mas com os funcionários em casa, tudo isso melhorou”, comemorou ele, que destaca o papel da troca de ideias, conversas e reuniões diárias antes e depois das atividades, como pilares principais para o sucesso.

Um dos integrantes da equipe que passou pelo processo de home office foi Rynaldo Giordano, estagiário, que há quatro meses integra o time de profissionais da Roufe Engenharia. Ele confirma que o trabalho remoto estreitou a comunicação entre seus companheiros.

“Já tive uma experiência anterior com o trabalho home office, mas acredito que a chave para o sucesso que obtivemos está na comunicação. Se ela não for eficaz, e entre todos os funcionários da empresa, o trabalho não é possível”, reforçou.
Quando questionado sobre a possibilidade de retomar os serviços em casa, Erick Félix afirma que a ideia antes era muito distante, mas hoje já se tornou em uma opção viável.

“Antes da pandemia nem nos imaginávamos trabalhando fora da empresa. Hoje já sabemos que isso é possível mediante um acompanhamento e com reuniões online. O colaborador não precisa necessariamente estar dentro da empresa para consolidar bons resultados”, finalizou.

(Texto: Michelly Perez)

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