Greve dos petroleiros não tem relação com preço dos combustíveis, diz Petrobras

A greve dos petroleiros não tem qualquer relação com o preço dos combustíveis no Brasil, segundo o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco. O executivo concedeu entrevista coletiva ao lado de diretores da companhia para comentar os resultados financeiros da estatal, apresentados na noite da última quarta-feira (19).

“Não há relação nenhuma [entre greve e preço de combustíveis]. O preço da gasolina subiu simplesmente porque os preços internacionais traduzidos em reais subiram”, disse Castello Branco, que afirmou que não existe risco de desabastecimento, já que a empresa vem contratando equipes de contingência. “Não houve perda de uma gota de produção que queríamos realizar”.

Castello Branco também argumentou que o mercado de combustíveis é aberto, e que as importações têm condições de abastecer o mercado. “Estamos preparados para enfrentar uma longa greve, tendo gente profissional, de alta qualidade e qualificada para operar tanto as plataformas como as refinarias.”

Apesar disso, o diretor de relações institucionais da estatal, Roberto Ardenghy, disse que a empresa tem uma expectativa positiva para a reunião de amanhã com representantes dos petroleiros, no Tribunal Superior do Trabalho (TST). Segundo ele, uma das pré-condições para o diálogo é o encerramento da greve, e a empresa está reunindo informações para conferir se essa exigência será cumprida.

Em nota divulgada nesta quinta-feira (20), o Conselho Deliberativo da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e as direções sindicais de todo o país indicaram a suspensão provisória da greve. O indicativo destaca ainda que a greve será retomada, caso não haja avanços na mediação feita pelo tribunal.

Paralisação

A manutenção dos empregos na Araucária Nitrogenados (Ansa), que pertence à Petrobras e deve ser fechada, é uma das pautas da greve dos petroleiros, que também cobra o cumprimento do acordo coletivo de trabalho. A FUP contabiliza que o fechamento da Araucária Nitrogenados (Ansa) vai significar a demissão de cerca de mil pessoas.

“Com relação aos funcionários da Ansa, estamos oferecendo um pacote bem competitivo em termos de desligamento, oferecendo não só uma indenização reforçada, mas assistência médica, assistência educacional e um programa de requalificação profissional”, disse Ardenghy.

O presidente da estatal detalhou que, por parte da Petrobras, serão 396 demissões. “O restante pertence a empresas que fornecem mão de obra. Elas podem não necessariamente demitir seus empregados e podem absorver em outras atividades”, disse ele, que afirmou que a fábrica de fertilizantes trazia prejuízos a estatal desde que foi comprada e será fechada porque não despertou o interesse de investidores.

(Texto: Izabela Cavalcanti com informações da Agência Brasil)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *