O governo passou a ver uma inflação mais baixa neste ano, e elevou ligeiramente o crescimento esperado para a economia, pontuando que um desempenho mais forte da atividade no quarto trimestre deve compensar uma performance mais fraca para o trimestre atual.
A SPE (secretaria de Política Econômica), do Ministério da Economia, divulgou nesta terça-feira (10), em boletim macrofiscal, uma projeção de alta do Produto Interno Bruto (PIB) este ano a 0,8%, sobre 0,81% anteriormente. A inflação medida pelo IPCA, a elevação passou a ser estimada pela SPE em 3,6% para 2019, ante 3,8% antes.
Contudo, o secretário da pasta, Adolfo Sachsida, informou em coletiva de imprensa que a nova estimativa com duas casas decimais é de 0,85% para o PIB em 2019 —aumento, portanto, em relação ao patamar visto anteriormente.
“Embora a projeção para o crescimento da atividade no terceiro trimestre tenha sido reduzida, a melhora das estimativas para o último trimestre de 2019 compensou a piora dos indicadores referentes ao trimestre atual”, frisou a secretaria no boletim.
“Projeta-se recuperação da atividade a partir de setembro deste ano, como resposta dos efeitos iniciais do corte de juros, da elevação da confiança e início das liberações de recursos do saque imediato do FGTS”, completou.
Para o terceiro trimestre, a expectativa da SPE é de uma expansão de 0,2% em relação aos três meses anteriores, numa perda de fôlego ante o crescimento de 0,4% exibido pelo PIB no segundo trimestre. De acordo com a SPE, essa desaceleração deverá ser observada “em quase todas as aberturas de serviços”.
Sobre o comportamento do IPCA, a SPE afirmou que “mais uma vez, a intensidade da descompressão do preço de alimentos foi responsável por parte da queda da estimativa de inflação”.
Durante a coletiva, Sachsida voltou a dizer que espera uma retomada com mais força da economia a partir de setembro.
“Em agosto parece que se encerrou ciclo extremamente difícil da economia brasileira, a partir de setembro vamos poder observar com mais consistência uma retomada passo a passo da recuperação da economia”, afirmou.
Por outro lado, ele ponderou que três cenários seguem inspirando cuidados: baixa produtividade da economia brasileira, um cenário fiscal delicado e uma conjuntura internacional que mostra queda no crescimento de vários países do mundo.
Os novos números do boletim da SPE vão embasar o próximo relatório bimestral de receitas e despesas que, por lei, deve ser publicado até o dia 22 deste mês. Até agora, já foram contingenciados gastos discricionários de 34 bilhões de reais para assegurá-la. (Reuters)