Equipe de plantão no Pantanal auxiliaria em investigações dos responsáveis e reconstrução do bioma
A gestão Jair Bolsonaro (sem partido) quer manter toda a estrutura disponibilizada para combater os focos de incêndio no Pantanal em regime fixo até pelo menos o final do ano, independente se os focos conseguirão ou não serem controlados.
Segundo O Estado apurou, o assunto é debatido entre a cúpula da União e pode ser anunciado como novidade até a próxima semana, quando ministros deverão se reunir com senadores que integram uma comissão que investiga as causas dos incêndios pantaneiros.
A permanência da equipe de atuação montada pelo Governo Federal para o Estado auxiliaria a gestão Reinaldo Azambuja (PSDB) na reconstrução do bioma, processo que pode demorar de 50 a 100 anos, de acordo com especialistas. Além disso, os órgãos deverão auxiliar na investigação das causas dos incêndios.
O Ciman (Centro Integrado Multiagências de Coordenação Operacional Nacional), integrado por órgãos do governo federal, em seu relatório, já previa que os trabalhos no bioma se estenderiam até dezembro, “por conta de dificuldades climáticas da região”, o que inclui os longos períodos de estiagem (piores índices registrados em mais de 50 anos) e a seca dos rios da região, entre eles o maior de todos, o Paraguai, que tem os mais baixos índices registrados em uma metade de século, cerca de 53 centímetros.
Em sua atualização, o Ciman destaca que o Pantanal voltou a ficar em estado de alerta após as chuvas do final de semana. Na área de Mato Grosso do Sul, cuja operação foi batizada de Corumbá II, somente até a noite de segunda-feira (21) foram extintos 86 focos de incêndio. Desde o início da ação, em 20 de julho, foram 5.689 pontos de calor.
Segundo o Governo do Estado, as chuvas contribuíram para uma redução considerável dos incêndios. Conforme o coronel dos Bombeiros Marcos Meza, coordenador das Operações Estiagem 2020, no Parque das Nascentes do Rio Taquari os focos foram controlados. “Estamos na fase de monitoramento e acreditamos que as ações encerram amanhã nessa localidade”, garantiu.
Os Bombeiros afirmam que restam apenas poucos focos na região da Serra do Amolar. “Agora vamos concentrar os esforços na divisa com o estado do Mato Grosso, na região de Porto Jofre, onde não choveu e a situação segue crítica”, disse Meza.
Perito responsável pela Operação Focus, desencadeada pela gestão estadual também com o objetivo de fiscalizar ações particulares nas queimadas do Pantanal, Cícero Wagner Calixto dos Santos disse ontem que estão sendo feitos levantamentos locais e análises das imagens gravadas pelos satélites nas mais de 30 propriedades investigadas nas regiões da Nhecolândia e Nabileque. Minucioso, o trabalho não tem prazo para ser concluído.
“A coleta de vestígios leva tempo e, somente após essa coleta, teremos condições de confeccionar os laudos periciais que devem apontar os danos materiais e ambientais, bem como se o incêndio foi acidental ou intencional, por exemplo”, explicou o perito criminal.
(Texto: Rafael Ribeiro)