Prefeitura liberou, a partir de segunda-feira (21), o retorno nas escolas particulares
O retorno da educação, um dos setores mais afetados pela pandemia de COVID-19, continua dividindo opiniões. Após a liberação da retomada das aulas presenciais para a Educação Infantil e berçário nas instituições privadas de Campo Grande, a partir de 21 de setembro, o FORUMEI-MS (Fórum Permanente de Educação Infantil de Mato Grosso do Sul) se posicionou contrário à decisão do município.
Em carta aberta, a entidade reiterou que a retomada das atividades escolares desconsidera as especificidades da organização do trabalho pedagógico na Educação Infantil. Conforme o FORUMEI-MS, as crianças serão prejudicadas pela falta de interações concretas e experiências reais, fundamentais para o desenvolvimento social e didático em crianças de até cinco anos de idade.
A instituição frisou que as crianças pequenas terão mais dificuldades para o cumprimento dos protocolos de saúde e distanciamento físico, e vão necessitar de um controle rigoroso para que a higiene seja mantida. “Não há garantias de que os alunos não irão se aproximar dos colegas, e que os professores conseguirão manter o distanciamento físico”, ressaltaram os integrantes do fórum, no documento.
Por essa razão, a entidade considera o retorno das atividades escolares para a educação infantil um “ato violento, negligente e de desrespeito aos direitos das crianças de zero a cinco anos, evidenciando que a vida está sendo preterida em favorecimento dos interesses empresariais e econômicos”.
Formada em pedagogia e mestre em educação, Kattia Motti afirmou que a decisão de liberar a volta às aulas de modo presencial é preocupante. “A criança não é um comércio. Se nem o Ensino Superior composto por adultos voltou, como vamos mandar as crianças de volta primeiro? São vários equívocos pedagógicos [no decreto]. Já temos uma escola no Estado em que a criança contraiu COVID e as aulas foram suspensas, será que viveremos assim?”, indagou.
Ao Jornal O Estado, a presidente do Sinepe-MS (Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino de Mato Grosso do Sul), Maria da Glória Paim frisou que o decreto assegura autonomia para que as famílias decidam pela retomada das aulas presenciais, bem como pela continuidade do ensino remoto.
Aulas na Reme
A prefeitura de Campo Grande prorrogou por tempo indeterminado a suspensão das aulas presenciais em toda a Reme (Rede Municipal de Ensino). O decreto publicado no Diogrande (Diário Oficial de Campo Grande) na terça-feira (15), determina que as atividades curriculares sejam mantidas de forma remota para os 109 mil alunos da rede.
Rede privada
As unidades escolares só poderão funcionar com 30% da capacidade total, as mesas e carteiras devem manter o distanciamento mínimo de 1,5m. Para evitar aglomerações nas áreas de acesso às instituições, os horários de entrada e saída dos alunos serão escalonados.
O uso de máscaras será facultativo para crianças menores de cinco anos, e obrigatório para todas as pessoas acima de seis anos de idade, incluindo alunos, professores, funcionários, colaboradores, auxiliares, visitantes e fornecedores. As escolas farão uma triagem na entrada do colégio, com aferição da temperatura e higienização das mãos. Quem apresentar temperatura corporal acima de 37,8º C, não poderá entrar na instituição. Caso seja constatado sintomas de síndrome gripal, os alunos ou colaboradores serão encaminhados para casa, ou para o serviço de saúde mais próximo, conforme a gravidade do caso.
(Texto: Mariana Moreira)