Quando Sudan, o último macho de rinoceronte-branco do norte, teve de ser sacrificado por uma infecção na pata, em 2018, a espécie foi considerada tecnicamente extinta: restavam apenas duas fêmeas no planeta. Contudo, graças à ciência, ainda há esperança.
Um grupo de cientistas de diversos países anunciou nesta semana a inseminação artificial bem sucedida de sete dos 10 óvulos colhidos das últimas duas fêmeas da espécie, que vivem no Ol Pejeta Conservancy, no Quênia. Isso só foi possível porque, antes de sacrificarem o macho, pesquisadores coletaram sêmen do animal e conservaram o material em hidrogênio líquido.
De acordo com um comunicado à imprensa feito pelo projeto, se a transferência dos óvulos para o útero de uma das duas fêmeas restantes ocorrer com sucesso, o rinoceronte-branco do norte poderá estar salvo da extinção. “O número de ovócitos colhidos é um sucesso maravilhoso e prova que a cooperação única entre cientistas, especialistas em zoológicos e ambientalistas em campo pode levar a perspectivas esperançosas mesmo para os animais que estão em extinção”, afirmou Jan Stejskal, do Zoológico Dvůr Králové.
Para os responsáveis pelo projeto, o fato de terem que tomar atitudes como essa é entristecedora, já que é um “testemunho da maneira como os humanos continuam interagindo com o mundo natural ao nosso redor”. Contudo, eles também se dizem orgulhosos de fazerem parte do plano e esperam salvar a espécie. “Esperamos que isso sinalize o início de uma era onde os humanos finalmente começarão a entender que a administração adequada do meio ambiente não é um luxo, mas uma necessidade”, disse Richard Vigne, diretor administrativo do Ol Pejeta. (Revista Galileu)