Vazio sanitário termina no próximo dia 15, mas solo seco atrapalha semeadura do grão
Com a aproximação do fim do período do vazio sanitário, no dia 15 de setembro, produtores de Mato Grosso do Sul iniciam as preparações para o plantio de soja com temor, uma vez que a seca severa que afeta a todo o Estado e já provocou inúmeras queimadas também pode prejudicar o adiamento da semeadura. Segundo o Cemtec (Centro de Monitoramento de Tempo, do Clima e dos Recursos Hídricos de Mato Grosso do Sul), as previsões indicam que até o dia 13 de setembro o Estado não terá a ocorrência de chuvas, o que tende a confirmar as projeções dos agricultores.
De acordo com Fernando Nascimento, diretor-executivo da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural), a seca severa deste ano está preocupando os produtores, que começam a pensar em adiar o início do plantio da soja, já que nem mesmo as chuvas registradas na última semana foram suficientes para atender a demanda dos solos, que estavam muito secos. “A agricultura gira em torno do clima, a maioria da nossa agricultura não é irrigada e, com isso, depende do cenário meteorológico. Se as chuvas atrasarem como está previsto, a tendência é de que o plantio comece mais tarde, pois é necessário uma umidade do solo mínima para começar a sua preparação, incorporando o calcário, os fertilizantes, já que se fazer isso com o solo muito seco, além do gasto maior com combustível, também ocorrerá um impacto no aspecto físico, químico e biológico do solo”, destacou.
Questionado sobre o adiamento e a possível influência nos resultados da próxima safra, o diretor pontua que ainda é cedo para se prever algum prejuízo, mas ressalta que caso a seca seja prolongada é possível que afete os resultados da safra. “Essa previsão de atraso no plantio ainda não está comprometendo os resultados da próxima safra. Caso a seca se prolongar por muito mais tempo, além do já previsto, então poderemos falar sim em um impacto, pois teremos um período menor para o preparo do solo e o plantio, o que pode prejudicar na qualidade e quantidade da oleaginosa”, explicou.
Segundo o Cemtec (Centro de Monitoramento de Tempo, do Clima e dos Recursos Hídricos de Mato Grosso do Sul), as previsões indicam que até o dia 13 de setembro de 2020 não haverá a incidência de chuvas no Estado. De acordo com as informações reveladas até o momento, o período terá grande amplitude térmica e sem expectativa de precipitações. Além disso, espera-se que a umidade relativa do ar fique abaixo de 30% à tarde, com picos mínimos abaixo de 20%.
(Confira mais na página A7 da versão digital do jornal O Estado)