Vereador pelo Patriota, o médico pediatra e toxicologista Dr. Sandro Benites foi eleito com 2.873 votos. Com uma carreira extensa dentro da área da saúde, além de ouvir diversos setores para uma ampla discussão na Câmara, ele pretende levar suas experiências profissionais para agregar e estimular o olhar Executivo, desenvolvendo futuramente uma Capital ainda melhor.
O Estado Online: Qual a sua trajetória até chegar na política?
Dr. Sandro: Eu participei de movimento estudantil desde o segundo grau, estudava na Mace e era líder estudantil. Depois que eu entrei para a faculdade onde fui para o centro acadêmico de medicina e logo em seguida eu participei do Diretório Central dos Estudantes, então a política e eu sempre andamos de mãos dadas. Ainda participei do Instituto Ayrton Senna, logo após a faculdade, que era um projeto social muito bacana que trabalhávamos com esporte como meio muito barato, eficiente e eficaz de tirar as crianças das ruas. Fiz pediatria e terapia intensiva pediátrica e dentro da área eu comecei a ver outra pandemia mundial que é o excesso de peso na infância. Montamos no Hospital Regional Rosa Pedrossian pelo SUS (Sistema Único de Saúde) um projeto inovador no Brasil chamado TOI (Terapia da Obesidade Infantil) onde um grupo de profissionais entre médico, psicólogo e nutricionista, professor de Educação Física e enfermeiro atendem um grupo de famílias, fazendo um processo de reeducação de comportamento alimentar estímulo de atividade física e o tratamento de crianças que desenvolveram alguma doença por conta disso. Em um ano nos tornamos referência no tratamento do excesso de peso para infância e adolescência, são mais de 10 mil famílias atendidas nesses 18 anos de atendimento, provando que é possível fazer um atendimento de excelência pelo SUS.
Essa é a minha trajetória antes da política, além de ser militar do Exército Brasileiro a onde sou Major e coordenador do Civitox que é o centro de intoxicação aqui do Estado. Como é uma especialidade que tem pouquíssimos profissionais, principalmente médicos no Estado, eu acabei fazendo treinamento em vários hospitais, empresas, órgãos públicos. Essa é minha trajetória, bem mais atuante na área de saúde do que na área política. Na parte política nos anos de 2003 e 2004 eu fui convidado para ser o diretor técnico do Hospital Regional que na época contava com 100 leitos e dois anos depois entregamos o Regional com 400 leitos. Logo em seguida eu fui convidado para ir a Secretaria de Estado de Saúde para ser assessor técnico, mas sempre dentro da área de saúde.
O Estado Online: O que te levou a se candidatar a vereador?
Dr. Sandro: Olha, foram muitos motivos. Primeiro esses projetos sociais todos já citados, segundo como eu sempre tive esses envolvimentos, eu gosto do que eu faço e terceiro, eu acho que como médico atingimos um certo limite de atuação aquilo que eu posso fazer. Acho que podemos fazer muito mais, principalmente focado na área da prevenção. Eu quero estimular maciçamente a questão do esporte como um meio não só de tirar pessoas da rua como prevenção de doenças cardiovasculares, então é uma sementinha que eu quero plantar para transformar Campo Grande não só na Capital mais arborizada do Brasil, mas uma Capital mais saudável. Quero trabalhar a parceria entre secretaria de saúde e saúde municipal de educação e secretaria do esporte para estimular desde as crianças essa questão da atividade física como também o combate ao uso de drogas. Tenho o contato de amigos que trabalham com recuperação e eu quero colocar isso em pauta no meu mandato.
O Estado Online: Sua postura cativou as pessoas a votarem em você?
Dr. Sandro: Tínhamos a expectativa de ter em torno de dois mil votos e superamos, eu acredito que a partir do momento que eu vesti a questão da direita, tendo um histórico, sem nenhuma promessa durante a campanha, sabendo que isso é considerado um voto vazio, que falar de futuro que não é palpável, onde não é um voto inteligente, então o voto que cativa são daqueles que já fizeram um trabalho social de relevância. Todos nós independente da nossa profissão podemos fazer algo bom pelo próximo, são pessoas assim que deveremos votar, que não prometem, mas que tenham um histórico, por vestir a camisa me surpreendi e provavelmente a causa desses votos.
O Estado Online: Quais os principais desafios que acredita enfrentar dentro da Câmara?
Dr. Sandro: O principal desafio é manter o foco, a Câmara é uma casa que tem uma quantidade imensa de compromissos, eu nem assumi ainda e a quantidade de pedidos de ajuda é uma coisa enorme, reuniões para traçar uma série de metas, existem várias comissões, a mesa diretora. Uma casa enorme que abriga grande quantidade de pessoas, então o desafio é ter o conhecimento. Segundo é ter a humildade de saber que estamos no primeiro mandato e que tem pessoas que estão a mais tempo e você ouvir e transformar esse conhecimento em sabedoria, talvez esse seja o maior desafio, saber receber as pessoas e principalmente dar prosseguimento enfim aqueles pedidos. Meu medo é me perder nos compromissos e abandonar meus eleitores, não quero isso. Quero ter a ousadia de falar que vou visitar todas as unidades de saúde pública e privada, quero ouvir a principal demanda, a saúde como o todo não é valorizada, quando vamos em unidade de saúde temos a certeza de que moramos em um país pobre, e quando vamos em um Fórum, ou Assembleia, você vê e pensa que vive em um país rico, enxerga essa diferença. Nós só queremos uma equiparação de valorização, quero levar essa demanda ao Executivo, sei que em um mandato a gente não consegue isso, a gente vai precisar de uma cultura de valorização.
O Estado Online: O que seus eleitores podem esperar de você?
Dr. Sandro: Acreditar que aquilo que a gente já fez para chegar no mandato eu acredito que foi pouco. Eu tenho a pretensão de fazer muito mais, fiz muitos treinamentos e capacitação, se eu fiquei conhecido no meio médico foi por conta disso, eu quero fazer mais do que eu fiz. Então as pessoas podem ter certeza que eu vou fazer esse feedback, que vou ouvir e se houver um próximo mandato, vão verificar que não jogaram o voto fora e terão orgulho de ter votado em uma pessoa que vai pelo menos ouvi-las. Chegar ao poder não é tão difícil, se manter no poder vai depender da competência.
(Texto: Dayane Medina)