EXCLUSIVA! COM O VEREADOR JUNIOR CORINGA

Com histórico de vereador de Campo Grande em 2012, secretário municipal e também deputado federal, Ademar Vieira Junior, mais conhecido como Junior Coringa, se diz preparado para o seu novo mandato em 2021. Em entrevista para o Estado Online, ele conta com transparência sua história de vida e suas motivações em ser vereador, apresentando com clareza seu planejamento de mandato e os projetos preparados para a população.

O Estado Online: Quem é Junior Coringa, candidato cujo 3.716 pessoas confiaram seu voto?

Junior Coringa: Natural do Distrito de Culturama, em Fátima do Sul, cheguei no bairro Moreninhas no ano de 1983. Sou filho da dona Maria, costureira em uma família de onze irmãos, e filho do Ademar Vieira, que nos abandonou quando criança para trabalhar no garimpo, tendo sua volta após 17 anos, já dado como morto. Sendo um dos provedores da família, vi na realidade do bairro Moreninhas, considerado um dos mais violentos de Campo Grande, uma oportunidade de mudança. Naquela época predominava o uso da cola de sapateiro, no qual criei o projeto “não cheire cola, jogue bola”, em 1987. O projeto tem como finalidade, resgatar as “gurizadas” das ruas. A partir deste momento comecei a ser conhecido na comunidade, já como presidente do bairro, me candidatei a vereador em 2012, na Capital. Durante meu mandato fui reconhecido como um dos vereadores mais atuantes, dando início ao gabinete itinerante da época.

O Estado Online: Qual foi sua motivação para se candidatar novamente como vereador de Campo Grande?

Junior Coringa: Como Subsecretário de Defesa dos Direitos Humanos, constitui o programa de referência nacional, o PAIC (Ação Integrada e Continuada), que trabalha com pessoas em situação de rua e no uso abusivo do álcool e drogas. Com novas visões de projetos me afastei do cargo e me  candidatei a vereador neste ano de 2020, no qual tive a oportunidade de me reeleger com 3.716 votos. Mesmo sendo um ano de eleição difícil por não poder fazer grandes reuniões, em razão da pandemia, concentrei minha campanha em redes sociais, propostas e visitas, conseguindo assim alcançar os objetivos. Creio que desenvolverei um trabalho excelente, juntamente com minha equipe, resultante de uma nova visão do poder legislativo e executivo, por conta da minha experiência adquirida, chegando na Câmara Municipal mais forte e preparado. Minha principal abordagem será de ouvir a comunidade com a execução de audiências públicas nos bairros, mostrando que para preparar um projeto é preciso ouvir o anseio da população.

O Estado Online: Quais desafios você acredita que enfrentará em seu mandato?

Junior Coringa: Para mim o grande desafio é o preconceito e a discriminação. É mostrar para população que um jovem negro, um jovem da periferia, alguém que já teve experiência em outros poderes pode fazer um grande mandato de vereador. Porque as pessoas não aceitam que o filho da Dona Maria, o menino das moreninhas, do bairro periférico chegue na Câmara Municipal, no espaço de poder onde só a elite chega. Então esse é o grande desafio, o segundo é mostrar esse talento que eu adquiri com a minha passagem pela Câmara Municipal, Câmara Federal e a Prefeitura de Campo Grande. 

O Estado Online: O que um “jovem negro, da periferia” quer contribuir para Campo Grande?

Junior Coringa: Dar voz aos segmentos que não são representados. Como por exemplo a população em situação de rua, pessoas com deficiência, comunidades quilombolas, comunidade indígenas, segmentos que se dizem “minoria”, mas na verdade são a maioria. Eu como jovem que já passou por tudo isso, serei a voz de quem não tem.

O Estado Online: Com histórico de líder comunitário, secretário municipal e até deputado federal. Qual será o projeto de marco inicial de 2021?

Junior Coringa: Meu projeto inicial será a efetivação do programa PAIC, pois até o momento ele faz parte do governo, mas desejamos que seja do Estado. Queremos garantir que todo ano, essa política pública  na área da população em relação à situação de rua e enfrentamento às drogas, tenha verba e emenda para dar continuação. Até então ela é uma política do governo Marquinhos Trad, mas e amanhã se ele não estiver mais na prefeitura, nós ficaremos sem? Eu pretendo garantir um projeto de lei para que ela seja efetivada em Campo Grande.

(Letícia Rodrigues)

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