Estudos da vacina em MS vai dizer se é necessário dose reforço para imunizados com Janssen

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Mato Grosso do Sul está estudando o impacto da vacinação em massa contra a covid-19 com a vacina da Janssen. Entre os objetivos do estudo está a avaliação da necessidade de uma dose reforço para que recebeu este imunizante, como explicou o infectologista e pesquisador Julio Croda.

Para o Estado Online, o infectologista da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) destacou que a pesquisa visa entender o impacto do imunizante na população e efetividade. Sobre este último quesito, o especialista explicou que os dados vão mostrar se quem se vacinou com a Janssen vai ter que tomar ou não uma segunda dose para se proteger contra a variante P.1, detectada em Manaus.

A mesma discussão está ocorrendo nos Estados Unidos, uma vez que a variante Delta é predominante no país. “Não temos esse dado, […], então precisamos gerar essas evidências não só para o Brasil, mas para o resto do mundo para identificar se vai ser necessário uma segunda dose. Nosso dados vão trazer justamente essa informação”, afirmou.

Croda destacou que os resultados desta parte do estudo devem demorar até seis meses para sair. O infectologista acredita que a discussão entre imunização com duas vacinas de fabricantes diferentes deve ser adotada logo no Brasil.

A efetividade da vacina será estudada como a queda no número de mortes e casos graves da doença. Confira aqui o que se sabe da Janssen.

 

Impacto da imunização

O infectologista da Fiocruz explicou que a vacinação em massa vai servir para avaliar a redução de casos de hospitalização por covid-19. Para isso, serão feitos comparativos do período antes e pós imunização assim como entre grupos de imunizados e não imunizados com a Janssen. O resultado deve sair em 45 dias após a imunização em massa.

Os municípios que estão participando do estudo são Mundo Novo, Japorã, Sete Quedas, Paranhos, Coronel Sapucaia, Aral Moreira, Ponta Porã, Antônio João, Bela Vista, Caracol, Porto Murtinho, Corumbá e Ladário. Conforme Croda, as cidades foram determinadas pelo Ministério da Saúde.

“Por ser fronteira, é importante que esteja elevada a cobertura vacinal para impedir a introdução de novas variantes”, explicou Croda.

Estão sendo vacinadas pessoas entre 18 e 50 anos com a Janssen. O estudo é comandando pelo infectologista através do grupo Verba Covid-19, que tem o apoio da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde), Fiocruz, UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), Universidade de Stanford, Universidade de Yale, Instituto de Salude Global de Barcelona, Universidade da Florida, entre outros.

 

 

Crédito: Fiocruz

 

Debate nos EUA sobre reforço da Janssen

A cepa mais contagiosa da covid-19, chamada de variante Delta, é o centro de um debate entre especialistas da saúde sobre a necessidade de ter uma dose reforço para quem foi vacinado com o imunizante da Janssen. A discussão visa uma segunda aplicação da Pfizer ou da Moderna para o público norte-americano.

A variante Delta está predominando nos Estados Unidos, o que motivou a discussão sobre imunização com vacinas de fabricantes diferentes. Segundo a Reuters, Canadá é um dos países que já permite aplicação de vacinas diferentes contra a covid-19.

Voltando aos EUA, especialistas em infectologia debatem o quanto a vacina produzida pela Johnson & Johnson protege contra a variante do coronavírus, detectada na Índia. Para a Reuters, a diretora do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA), Rochelle Walensky, a nova cepa está associada a forma mais grave da doença.

A publicação revela ainda que não há estudos sobre o quanto a vacina da Janssen protege contra a variante. No entanto, estudos feitos no Reino Unido mostram que duas doses do imunizante da Pfizer ou da AstraZeneca protegem mais do que uma aplicação.

Conforme a Reuters, o doutor e professor da Universidade de Standofr, Michael Lin, quem recebeu a vacina da Janssen está menos protegido contra a variante Delta do que aqueles que receberam duas doses de outras vacinas.

As vacinadas baseadas em RNA mostraram eficácia em torno de 95% nos Estados Unidos.

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