No primeiro podcast “Mundo Negro” de 2020, o jornal o Estado recebeu a presidente do Grupo de Trabalhos Estudos Zumbi (TEZ) e professora universitária, Bartolina Ramalho, para falar sobre cotas raciais e ingresso de pessoas negras em universidades públicas.
O inicio do ano é o período em que, geralmente, são feitas matrículas e renovações nas universidades. Por isso, o podcast além de falar das cotas raciais, comenta questões importantes como comissão avaliadora de política de cotas, acesso do negro a universidade, números comparativos de anos anteriores – que demonstram que o negro passou a ocupar mais espaços dentro do meio acadêmico – nível de conscientização, entre diversos temas.
Dentro do processo avaliativo em Mato Grosso do Sul, pelo menos 20% das vagas são destinadas a população negra. O fato das pessoas passarem pelo processo de avaliação da banca, não significa que elas tenham consciência de sua negritude, por exemplo.
Por isso, se fala em nível de conscientização, que pode se dar apenas como forma de legislação, que significa que a pessoa sabe que tem aquele direito, mas não entende a fundo a questão. E também há aqueles que já entendem e, inclusive, tem a negritude incorporada como forma de existir.
De acordo com a explicação de Bartolina Ramalho, as políticas afirmativas são temporárias, para que as pessoas marginalizadas pela sociedade, como a população negra, sejam inclusas. Porém, enquanto essa igualdade entre brancos e negros no acesso não existe, as cotas raciais vem para suprir.
(Texto: Julisandy Ferreira)