Em nota, CBF classifica condenações de Robinho e Daniel Alves como “capítulos nefastos”

Foto: Rafael Ribeiro/ CBF
Foto: Rafael Ribeiro/ CBF

“Se houve algum tipo de crime, tem que ser penalizado”, diz Dorival 

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) classificou as condenações de Robinho e Daniel Alves, por estupro, como “um dos capítulos mais nefastos do futebol brasileiro”. Em nota, assinada pelo presidente Ednaldo Rodrigues, a entidade propôs uma reflexão para que homens fiquem “na linha de frente” do combate contra qualquer tipo de violência.

“As condenações definitivas dos jogadores Robson de Souza e Daniel Alves colocam um ponto final em um dos capítulos mais nefastos do futebol brasileiro. Os dois casos, que envolvem jogadores que foram estrelas da Seleção Brasileira de Futebol, um dos maiores ícones culturais do nosso país, não podem se encerrar com a condenação dos dois culpados”, comentou a entidade, que se solidarizou com as vítimas dos crimes.

“A CBF, todos os seus dirigentes e a comissão técnica da Seleção Brasileira se solidarizam com as vítimas brutais dos dois crimes cometidos pelos ex-jogadores. A camisa amarela que os atletas brasileiros vestem em campo é mais do que apenas um uniforme. Assim como o futebol é para o Brasil mais do que apenas um esporte”, complementou a entidade.
Durante essa sexta-feira, o lateral Danilo e o técnico Dorival Júnior comentaram sobre a situação em entrevista coletiva. Na última quinta-feira, Leila Pereira, presidente do Palmeiras e chefe de delegação da Seleção durante esses amistosos, disse que os casos são “um tapa na cara de todas as mulheres”.

“É fundamental que a corajosa atitude das vítimas inspirem cada vez mais mulheres a não se calarem diante de barbaridades de tal ordem. Mais do que isso: num ambiente em que o machismo impera, nós, homens, precisamos estar na linha de frente para combater não apenas a violência sexual, mas todo tipo de violência”, acrescentou a CBF.

O órgão que comanda o futebol brasileiro aproveitou a oportunidade para listar os diversos tipos de movimentos que a entidade apoia, especialmente no que se refere a ações de inclusão.

Técnico da Seleção

O técnico da Seleção Brasileira, Dorival Júnior, se manifestou sobre as condenações de estupro dos ex-jogadores Daniel Alves e Robinho. Dorival citou especialmente o caso do ex-Santos com quem trabalhou junto no Peixe.

“Como treinador da Seleção, tenho obrigação de me manifestar. Primeiro, acho que é uma situação muito delicada. O Robinho foi meu atleta, uma pessoa fantástica, um profissional acima da média. Não tive a oportunidade de trabalhar com o Daniel, mas conhecemos a história dele no futebol. É um momento difícil para nós porque penso nas famílias das pessoas envolvidas, principalmente das vítimas envolvidas nesses episódios que acontecem diariamente no nosso país e em todo mundo e que de repente não são abordadas e são abafadas porque as pessoas não tem voz”, disse.

“Acho que se houve realmente e comprovado algum tipo de crime, tem que ser penalizado, por mais que me doa o coração falar isso a respeito de uma pessoa com quem tive um convívio excepcional, mas olho mais pelas vítimas e famílias e sei o quão dolorido deve ter sido a cada uma delas que passam e passaram por um momento como esse. Sinto por todos e por tudo que passarão em suas vidas. Gostaria de dizer que não só esses casos, mas milhares deles acontece ao longo dos dias e a sociedade se omite da grande maioria. Precisamos penalizar esses casos que não são expostos”, seguiu.

Condenações 

O ex-atacante Robinho foi condenado a nove anos de prisão por estupro coletivo realizado em uma boate em Milão, em 2013, quando era atleta do Milan. Ele foi julgado em três instâncias pela Justiça Italiana. O brasileiro foi preso pela Polícia Federal, na noite da última quarta-feira, em Santos, após o Superior Tribunal de Justiça homologar a sentença italiana e decidir que o ex-atleta cumpra no Brasil.

Enquanto isso, Daniel Alves foi condenado na Justiça da Espanha a quatro anos e meio de prisão por estupro a uma jovem. Nessa semana, o tribunal espanhol autorizou a libertação do ex-jogador por uma fiança de um milhão de euros (R$5,4 milhões). Dani Alves, porém, ainda não conseguiu o dinheiro necessário e permanecerá na cadeia neste fim de semana.

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