Mesmo com mudança no consumo, consumidores não abriram mão de cortes nobres
O campo-grandense não abriu mão do tradicional churrasco de fim de ano, revelam supermercadistas ao Jornal O Estado. Mesmo com a alta no preço da carne nos últimos três meses de 2019, as vendas na maioria dos locais consultados ficaram dentro do esperado.
O destaque vai para o consumo da carne suína, que cresceu até 40% nos estabelecimentos. Segundo o MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), somente em dezembro o preço da carne bovina apresentou uma redução de 15%, após a alta de 28,5% registrada durante os meses de 2019.
O comprador de frigoríficos e lacticínios da rede de supermercados Pires, João Souza, disse que houve uma mudança no perfil dos consumidores. Porém, nem mesmo a transformação conseguiu inibir a preferência por cortes tradicionais para churrasco. “No dia a dia vemos que cresceu muito a venda de porco e de frango, mesmo assim, no fim do ano vendemos muita carne bovina e suína, principalmente, nos cortes como fraldinha, picanha. Enfim, carnes de assar, essas são imbatíveis no fim do ano, o pessoal tende agora a escolher um corte mais barato, a costela, por exemplo, também aumentou muito as vendas”, disse.
A receita obtida com as vendas foi muito próximo do conquistado no ano passado, porém houve queda no volume. “Comer o pessoal comeu, mas conseguimos observar uma queda nas vendas, não vendeu tanta carne como no ano passado, mas quando se olha em números, os resultados chegam a ser semelhantes pela alta do preço, mas em quantidade de toneladas temos sim uma redução”, avalia João.
Ele completa dizendo acreditar em nova redução dos preços. “Para o futuro, o preço já recuou em termos de 10% a 15%, agora no começo do ano em janeiro temos a expectativa de que ele baixe mais um pouco, por parte dos frigoríficos ouvimos que a tendência é subir, mas, como o consumo deu uma recuada acreditamos que os preços se mantenham ou que baixem um pouco mais”, acredita.
A rede de supermercados Comper informou em nota que os resultados obtidos nas vendas se mantiveram dentro do esperado e que os produtos por eles comercializados não sofreram alterações de valores. “As vendas estão acontecendo no mesmo nível esperado não temos altas nos preços por enquanto”, informou a nota.
José Américo, proprietário da casa de carne Zé Dupreto Delivery, afirma que as vendas foram boas, mas na comparação com os resultados obtidos no mês de dezembro de 2018, não foram tão favoráveis. “As vendas de fim de ano foram boas, isso não podemos negar, mas na comparação com os resultados de anos anteriores elas não ficaram tão altas assim. O que conseguimos também foi perceber uma mudança no consumo de carne de suínos que chegou a aumentar uns 40%”, ressaltou.
Para o comprador de frigoríficos da rede Legal, João Benitez, a queda dos últimos meses não refletiu no fim do ano, mas o ritmo de vendas continuou em ritmo normal. “As vendas foram normais, acredito que nos meses anteriores sim conseguimos sentir um reflexo dos aumentos, mas agora já voltou tudo ao normal”, opinou.
Cotação na segunda semana do ano
Após terminar o ano apresentando estabilidade, os preços da cotação do boi gordo reagiram em pelo menos 11 praças do país, incluindo MS. Segundo a Scot Consultoria, o valor obteve uma variação mensal de -5,45%, na cotação de terça-feira (07), o valor do quilo era de R$ 189,00 em Campo Grande. Entretanto, hoje (08) o preço caiu para R$ 187,00. Em Dourados, o valor permaneceu em R$ 192,00, e em Três Lagoas, R$ 185,00.
(Texto: Michelly Perez)