O ciclismo vem ganhando adeptos ao longo dos anos como uma atividade física e como locomoção sustentável nas cidades. Quem pratica a atividade também pode viajar por paisagens de tirar o fôlego. Essa modalidade, chamada de cicloturismo, está em alta no País e permitiu que um ponto de Dourados, cidade a 228 km de Campo Grande, fosse descoberto e se popularizasse na cidade.
O cicloturismo se caracteriza por passeios de bicicleta por longas distâncias como percursos entre cidades. Em Dourados, a modalidade está crescendo, como contou o jornalista, advogado e adepto do ciclismo, Noemir Felipetto, em entrevista ao jornalista João Flores Júnior, no O Estado Play. O jornalista vem divulgando rotas de cicloturismo desde que iniciou a atividade.
Um dos pontos descobertos durante os passeios ficou conhecido como “igrejinha de pedra”, uma estrutura rústica e ao lado de um pequeno cemitério. A área ganhou visibilidade depois que o jornalista divulgou na imprensa local. “Os ciclistas começaram a ir lá e verem que era um lugar bonito, fotografaram e [fizeram] selfies. Daí, as pessoas perguntavam onde era esse lugar, diziam ‘é em tal lugar’ e as pessoas começaram a ir”, contou.
Pela estrutura única, Felipetto buscou informações sobre o passado da igreja e descobriu, com o auxílio de uma professora e turismóloga da Capital, que ali era o local de descanso de uma família pioneira de Dourados. “Inclusive, o Francisco de Mattos, que é o nome do aeroporto de Dourados, está sepultado lá e vários outros Mattos estão lá, que foram pioneiros aqui na região fronteiriça, na região de Dourados”, disse.
Após as divulgações pelos grupos de ciclismo, o local se tornou frequentado por famílias nos fins de semana. “Eu não entrei nos grupos e fui sozinho. A hora que eu estava chegando, eu vi uma multidão e poucos ciclistas”, contou.
Um pouco da história de Dourados
Conforme as informações obtidas pelo jornalista Noemir Felipetto, a igreja foi construída em 1990 em homenagem aos pioneiros de Dourados. O estilo arquitetônico é espanhol e foi construída com pedras da região.
A caravana que trouxe a família partiu por volta 1900 de São Luiz Gonzaga, Rio Grande do Sul, para as terras mato-grossenses, até então, visando uma vida melhor. A viagem com carroças e carros de boi durou meses.
Já existe um movimento dedicado para pedir o local como patrimônio histórico e cultural de Dourados.
Cicloturismo no Brasil
O País já tem rotas consagradas para o cicloturismo. Entre as mais conhecidas está o Caminho da Fé, que passa pelo interior dos estados de São Paulo e de Minas Gerais, incluindo grande parte da Serra da Mantiqueira. O percurso totaliza cerca de 1.000 km.
Outras rotas da modalidade são Carambei, no Paraná, cidade que proporciona uma viagem direto para os Países Baixos. Tibagi também é outro local conhecido pelos cicloturistas pelo Governo Federal.
Ainda no sul do País, em Santa Catarina, a rota do Vale Europeu também atrai turistas de todos os cantos. Por este caminho, os cicloturistas vão encontrar belas paisagens entre as subidas e descidas da região. São cerca de 300 km o percurso.
Outra rota é a Estrada Real, conhecida por cortar várias cidades históricas como Ouro Preto, em Minas Gerais, e Petrópolis, no Rio de Janeiro. Também é reconhecida pelo Governo Federal a rota Cora Coralina, com cerca de 300 km de percurso que começa em Corumbá de Goiás e termina na Cidade de Goiás. A trilha foi incluída na RedeTrilhas (Rede Nacional de Trilhas de Longo Curso) em março deste ano.
Confira a entrevista com o jornalista Noemir Felipetto:
Confira mais notícias no jornal impresso.