Nesta quarta-feira (22) pós-feriado, o dólar chegou a atingir máxima recorde de R$ 5,4153, o que representa um avanço de 1,94%. Na B3, o dólar futuro subia 1,76%, a R$ 5,415.
“Essa puxada do dólar vem com o aumento da expectativa sobre um corte do BC”, disse à Reuters Jefferson Laatus, sócio fundador do grupo Laatus. “Campos Neto mudou discurso, deixando a entender que o BC pode vir a voltar a cortar os juros.”
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse na segunda-feira que o cenário analisado pelo Comitê de Política Monetária (Copom) em sua última reunião — quando avaliou que tanto uma redução maior no juro quanto afrouxamentos monetários adicionais poderiam se tornar “contraproducentes” — mudou.
“O que falamos é que entendemos que as condições que tínhamos no Copom mudaram muito de lá para cá, inclusive as expectativas de inflação”, disse Campos Neto. Na ocasião da última reunião do Copom, o colegiado cortou a Selic em 0,50 ponto percentual, a 3,75%.
O corte da taxa básica de juros a mínimas recordes sucessivas tem sido fator de pressão sobre o real, uma vez que reduz rendimentos locais atrelados à Selic, tornando o cenário brasileiro menos atraente para o investidor estrangeiro. Esse contexto é ainda agravado pela pandemia de coronavírus e conflitos políticos recentes entre Executivo e Legislativo.
O Banco Central realizou nesta quarta-feira leilões de swap tradicional de até 10 mil contratos com vencimento em setembro de 2020 e janeiro de 2021, em que vendeu o total da oferta.
(Texto: Izabela Cavalcanti com informações da Reuters)