A tribuna da ALEMS (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul) foi usada na quinta-feira (13) para o debate do aumento do preço da gasolina nos postos do Estado.
O assunto foi iniciado pelo deputado Cabo Almi (PT), que questionou a decisão do Governo Estadual em aumentar a gasolina, em detrimento de baixar o preço do etanol.
“O Governo poderia fazer uma campanha explicando o porquê de abastecer no álcool, porque hoje a maioria prefere gasolina. A intenção é fazer os veículos flex abastecerem com álcool, mas ainda não vimos esse preço baixar. Se a diferença não for compensatória, nada vai adiantar”, afirmou o deputado.
Para o Cabo Almi por enquanto vai onerar ainda mais o consumidor. “Vai impactar em tudo que envolve o custo de vida do sul-mato-grossense. Vai aumentar o preço da cesta básica, do vestuários, porque aumenta o frete. Só nosso Estado aumentou assim, de R$ 0,23 a R$ 0,25 e no interior o preço final da gasolina ultrapassa os R$ 5. O governo deveria ter deixado apenas o aumento nacional, que sempre vem e só baixar o etanol para dar opção do incentivo”, constatou.
Lidio Lopes (PATRI) também comentou. “Hoje vemos críticas porque votamos junto ao governo, mas o povo e os sindicatos da área devem é fazer críticas contra o cartel que há, pois recebem o desconto e não repassam ao consumidor. Lá atrás já vimos empresário ganhar incentivo e não diminuir na bomba. Outra coisa é o preciso o fim do monopólio da Petrobras, para que nosso etanol não precise sair daqui até Paulínia [SP], carimbar papel e voltar. Isso tem preço. Teríamos o álcool mais barato do país pela nossa produção”, ressaltou.
Almi discordou dizendo que o Governo Federal prometeu baixar impostos, mas que isso não pode ser feito, a seu ver, em detrimento de privatizações “entregando patrimônio nacional à iniciativa privada ou reformas que não melhoram a condição da vida do povo”. Já Gerson Claro (PP), defendeu que as reformas são necessárias. “Disseram que o petróleo é nosso, mas ele continua sempre caro. Não há mágica, temos que ter despesa menor que receita, por isso a necessidade das reformas, mas a maior parte dos impostos infelizmente ainda vai para a União”, ponderou.
O deputado Coronel David (PSL) disse que a intenção das reformas também é barrar a corrupção. “Vejo que o Governo Federal está sendo vitorioso com as aprovações, mas não podemos ter pressa. Compactuo que pagamos muitos impostos e o Estado devolve muito pouco ao cidadão, por isso precisamos avançar na reforma tributária, que já está pronta para ser encaminhada ao Congresso Nacional para que o Estado Brasileiro deixe de ser lerdo e vagaroso e olhe mais o povo”, destacou.
Já Pedro Kemp (PT) disse que nada adiantará se parte do que é arrecado é destinado ao pagamento da dívida pública. “Em torno de 45% de tudo vai para o pagamento da dívida. Quando se fala que a Previdência está quebrada e não paga nada é por isso, é porque vai tudo para pagamentos de juros, não sobra nada para investir, não compensa. Hoje temos governo inimigo dos pobres, que os querem apenas para sobreviver e trabalhar para os ricos”, finalizou.
(Texto: João Fernandes com ALMS)