O surto de coronavírus originado na China está atraindo a atenção mundial, e a pergunta que todos fazem é se ele chegará à América Latina. Embora o vírus 2019-nCoV tenha surgido na cidade chinesa de Wuhan, a milhares de quilômetros do continente, já houve alertas no México, na Colômbia e na Argentina, todos descartados, e ainda há vários casos em observação no Brasil.
Na América Latina, a doença que mais preocupa atualmente é a dengue, que atingiu sua máxima histórica e avançou exponencialmente nas últimas décadas. Entre 2019 e 2020, os casos confirmados de dengue na América Latina e no Caribe chegaram a 3.095.821.
Houve 1.530 mortes, segundo a Opas (Organização Pan-Americana da Saúde). O segundo ano com o maior número de casos de dengue foi 2015, com 2.415.693.
De acordo com o diretor do Departamento de Doenças Transmissíveis da Opas, Marcos Espinal, “a região está passando por um novo período da epidemia de dengue com um aumento notável de casos“. Em janeiro de 2020, mais de 125 mil pessoas tiveram dengue, e pelo menos 27 morreram em toda a região.
Em 2019, o México registrou 191 mortes por dengue, com 41.505 casos confirmados. Na América Central, houve 295 casos fatais, com o maior foco da epidemia em Honduras, onde 180 pessoas morreram.
No Cone Sul, a dengue atinge especialmente o Brasil, com 1.544.987 casos em 2019, em comparação com os 265.934 casos em 2018: 1 aumento de 488%. Foi também ali que ocorreu o maior número de mortes: 782, de acordo com dados de 2019 do Ministério da Saúde brasileiro.
Na Colômbia, 127.553 casos de dengue e 87 mortes foram registrados no ano passado. Até agora, em 2020, Paraguai e Honduras estão liderando os surtos de dengue. Honduras já registrou mais de 3.200 casos.
No início deste ano, mais de 20 mil pessoas foram afetadas pela doença no Paraguai. O caso do presidente paraguaio, Maro Abdo Benítez, que foi diagnosticado com o vírus, ganhou as manchetes dos jornais.
A Bolívia contou 16.193 casos em 2019 e pelo menos 23 mortes. O país começou 2020, segundo o Ministério da Saúde, com 2.143 infecções, além de 700 mil casos aguardando confirmação laboratorial. Argentina, Bolívia e Paraguai impuseram controles fronteiriços mais rígidos, juntamente com o Brasil.
(Texto: João Fernandes com DW)