Jovem campo-grandense aprendeu sozinho mais de 20 instrumentos de percussão e mostra que realizar sonho de estar em grandes palcos, é possível

Para quem vive no mundo da música, um dos sonhos mais almejados é realizar qualquer tipo de participação junto a grandes cantores. Músicos de Campo Grande que começaram desde pequeno, conseguiram conquistar um espaço nos palcos nacionais e um exemplo disso, é o percussionista Lucas de Souza, mais conhecido como Luquinhas, de 25 anos. Ele transformou esse sonho em realidade, fazendo parte da banda da dupla sertaneja Bruninho e Davi, por cinco anos. Atualmente, participa do Top Samba, grupo de pagode da Capital.

Luquinhas já realizou participações com Zé Neto & Cristiano, Matheus & Kauan, Thiaguinho, Jorge (Jorge & Mateus) e Paulo Miklos (Ex Titãs). Além disso, já viajou para 20 estados brasileiros com a banda de Bruninho e Davi e participou de vários festivais conhecidos pelo país.

O começo

Tudo foi um processo. Aos 11 anos, Luquinhas começou a demonstrar interesse pela música com uma brincadeira de criança, produzindo sons em utensílios da casa.

“Acredito que foi muito involuntário ter entrado no meio musical. Lembro de sempre estar batucando em pratos, talheres e algumas vasilhas de casa. Minha mãe conta que meu avô Joaquim ficava até meio bravo dizendo: ‘esse menino vai ser músico do tanto que vive batucando’ e ele estava certo”, lembra aos risos.

Ele presenciava também ensaios de um grupo de pagode, que na época eram amigos próximos da família, o que aumentou ainda mais a vontade em ser músico. Foi então que montou seu primeiro grupo de pagode na escola, ainda muito novo, mas devido a pouca informação na internet e o pouco dinheiro na época, Luquinhas não conseguiu pagar um professor particular para ensiná-lo e atualmente já aprendeu a tocar mais de 20 instrumentos de percussão, todos sozinho.

No começo da carreira, participando de outros grupos de pagode, algumas pessoas desacreditaram da sua capacidade, tirando ele da banda em que participava.

“Me falaram que eu não era capaz de estar ali acompanhando eles, foi bem difícil para mim, pois ainda era muito novo, então, pensei em desistir. Mas graças a Deus tive o apoio da minha família e amigos em continuar e não desistir do meu sonho. Talvez se isso não tivesse acontecido, tudo poderia ser diferente, relata.

Do pagode ao sertanejo

Após sete anos de trajetória,- tocando em bares, pizzarias, lanchonetes, casas de show em Campo Grande, entre outros eventos noturnos -, aos 18 anos, Luquinhas ingressou na banda de Bruninho e Davi. Ele conta que foi um processo totalmente natural, mas reconhece que nada aconteceria sem a sua dedicação com a música.

“Sempre acompanhei e acreditava muito que um dia eu iria tocar com eles, buscava cada dia aprender mais para isso e consegui. O processo todo foi bem natural. Na época, eu tocava na banda do cantor Lulu Mello, que falou de mim para a dupla e por minha sorte, eles ainda não tinham percussionista. Me viram tocar e gostaram, passaram meses, me chamaram para fazer alguns shows de carnaval e desde então eu fiquei com a dupla durante cinco anos, sendo o primeiro percussionista a acompanhá-los na estrada”, conta.

Viver da música em Campo Grande, nem sempre é tarefa fácil. Além de ser necessário ter conhecimento, dedicação e empenho, é importante que o público ou até mesmo o contratante tenha reconhecimento do trabalho.

Com o objetivo de ajudar outras pessoas a aprenderem a tocar, no Instagram @oluquinhas, ele realiza aulas livres, ensinando alguns instrumentos de percussão.

Em meio as dificuldades que Luquinhas enfrentou para conquistar reconhecimento com o seu trabalho, mesmo nos bastidores, ele nunca perdeu a esperança de que um dia conseguiria ultrapassar barreiras e participar de importantes eventos nacionais.

“Nunca deixem de sonhar e de acreditar. Eu sempre acreditei muito nas coisas que eu queria para minha vida, e hoje, eu sou muito feliz e grato a Deus por tudo que conquistei com a música. A música é minha vida e quero viver essa vida para sempre. Acredite em você”, finaliza.