Após 65 reuniões em mais de seis meses de atividade com mais de 500 requerimentos e 190 quebras de sigilo aprovados, é hora da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Pandemia apresentar suas conclusões por meio do relatório final a ser apresentado e lido nesta quarta-feira (20).
Apesar da divulgação prévia do documento e de mudanças de última hora, é esperado que o senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da comissão e responsável pelo documento, realize a leitura dos principais tópicos das mais de mil páginas da minuta.
Também são aguardadas repercussões de senadores do campo governista, que criticaram o trabalho da CPI ao longo de sua instalação e prometeram a apresentação de um relatório paralelo, no qual não haveria pedidos de indiciamento contra membros do governo federal.
Esta situação contrasta com o que é sugerido por Renan com base no que foi avaliado ao longo dos meses de investigação. Será pedido o indiciamento de 69 pessoas, incluindo o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o ministro e o ex-ministro da Saúde Marcelo Queiroga e Eduardo Pazuello, além de três filhos do presidente e empresários, blogueiros e médicos que assessoraram o governo federal. Veja a lista completa.
Caso aprovadas pela CPI, as propostas de indiciamento contidas no relatório devem ser encaminhadas ao Ministério Público e à Câmara dos Deputados.
O objetivo é que se promova a eventual responsabilização civil, criminal e política dos acusados. Se o documento recomendar mudanças legislativas, elas passam a tramitar como projetos de lei no Congresso Nacional.
Na noite da terça-feira (19), o grupo de senadores que coordena a CPI, conhecido como G7, se reuniu na casa do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), em Brasília, para debater os últimos detalhes antes da leitura do documento.
Um dos pontos decididos nesta reunião foi a retirada do texto da acusação sobre o genocídio de povos indígenas. Segundo Omar Aziz (PSD-AM), presidente da comissão, também foi retirada a acusação de homicídio contra Bolsonaro. (Com informações da CNN)