Avicultores na expectativa da abertura de novos mercados, com viagem de ministra a Alemanha
O surto de casos de gripe aviária registrados na Rússia, China, Índia, Mongólia, Eslováquia, Hungria e Polônia podem garantir novos mercados para Mato Grosso do Sul. Ao todo, já foram abatidas mais de 313 mil aves nas regiões. Para o presidente da Avimasul (Associação dos Avicultores de MS), Adroaldo Hoffmann, a crise sanitária pode provocar um boom nas exportações do Estado.
Além disso, o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, estima que tanto a demanda interna, quanto a externa podem aquecer ainda mais o mercado, que já iniciou o ano com uma estimativa de aumento de 5% na produção da proteína.
No dia 31 de dezembro a OIE (Organização Mundial de Saúde Animal) notificou o primeiro foco de gripe aviária do ano, na Polônia. De acordo com a entidade, o surto foi detectado em granjas de aves domésticas próximas à fronteira do país com a Ucrânia e a Bielorrússia. O vírus identificado foi o H5N8, considerado altamente patogênico pelos organismos de saúde. No episódio, foram abatidos 25 mil animais do país. Já no dia 7 deste mês, produtores de aves de médio e pequeno porte de Las Lagunas, na República Dominicana denunciaram que milhares de galinhas poedeiras e frangos estavam infectadas.
As primeiras informações contabilizavam a morte de 20 mil animais. Las Lagunas é responsável por 70% da produção nacional de aves. No mesmo dia (7), as autoridades sanitárias da Irlanda do Norte iniciaram as investigações após identificar mais um caso suspeito no país, que em dezembro foi obrigado a abater 27 mil aves de uma fazenda, depois que a contaminação da influenza aviária foi detectada.
Já no dia 8 deste mês, as autoridades chinesas detectaram um surto de gripe aviária em um grupo de 150 cisnes na região oeste de Xinjiang. O vírus identificado foi o H5N6. O caso levou ao abate sanitário de 15 animais doentes e outros 15 morreram em virtude da doença. Horas depois, a Índia notificou uma contaminação de influenza aviária numa fazenda na região de Baikunthpur. O sorotipo encontrado por lá é o H5N1, responsável pela morte de mais de 15 mil animais.
Já no dia 10 de janeiro, foi a vez da Eslováquia registrar um surto do vírus da influenza aviária H5N8. O primeiro surto desse tipo em quase três anos. Além disso, no início do mês, as autoridades polonesas confirmaram outros casos em diversas regiões. O primeiro registro da doença ocorreu em uma fazenda com mais de 12 mil perus. O segundo e o terceiro locais, ocorreram em fazendas com 9.5 mil e 20.6 mil perus, respectivamente. Mais de 42.000 perus estavam nos três locais de surtos.
Na última segunda-feira (13), as autoridades do detectaram o vírus em uma propriedade do noroeste da Hungria, o que culminou com o abate de mais de 50 mil aves. Na manhã de ontem (16), foi a vez da Romênia identificar um novo surto em uma granja na cidade de Seini, que levou ao abate sanitário de 18.699 mil animais. Horas depois, a Hungria confirmou o abate de outras 115 mil aves devido a contaminação.
Segundo a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), as exportações de frango no ano passado ultrapassaram 4,212 milhões de toneladas, volume 2,8% superior ao registrado ao longo de 2018, com 4,1 milhões de toneladas. Tudo isso, totalizou segundo o MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) um valor bruto de produção de R$ 62,8 bilhões. Para produtores de MS, os novos embates sanitários vivenciados pelos países da Europa pode simbolizar em um incremento ainda maior nas vendas da proteína durante este ano, que podem até mesmo, começar após a chegada da Ministra da agricultura, Teresa Cristina, de sua primeira missão à Alemanha, foi o que apontou o Presidente da Avimasul, Adroaldo Hoffmann.
“Acho que isso é fantástico, o controle sanitário brasileiro é muito bom, temos todas as condições de evitar a entrada de uma gripe aviária. Por isso, o mundo confia nos nossos produtos, somos líder mundial na venda de frango e a questão da biossegurança nos dá esse respaldo para ir abocanhando as fatias de mercado que forem abrindo. Precisamos que o Brasil tenha condições de aumentar a produção, mas não sei se a missão da ministra Teresa vai tratar sobre o tema, mas, com certeza, havendo a possibilidade do Brasil pegar esse novo mercado, o pessoal vai trabalhar para conseguir isso”, finalizou Hoffmann.
(Texto: Michelly Perez com Notícias Agrícolas)