Sem respostas do Ministério da Saúde, MS deve deliberar sobre a terceira aplicação em idosos
Para barrar a circulação da variante delta da COVID-19 em Mato Grosso do Sul, a SES (Secretariade Estado de Saúde) quer acelerar a aplicação da segunda dose das vacinas da AstraZeneca e da Pfizer no Estado. Para isso, encaminhou solicitação ao Ministério da Saúde. “Estamos discutindo para encurtar o prazo e avançar no processo vacinal”, afirma o secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende.
Segundo ele, no caso da vacina da Pfizer a intenção é de que a segunda dose seja aplicada com intervalo de 21 dias, conforme prevê a bula do imunizante, e não 90 dias
como hoje é feita em todo o país por recomendação do governo federal. Já a CoronaVac teria redução de, pelo menos, uma semana e, em vez de 28 dias, o ciclo vacinal seria feito no intervalo de 14 a 21 dias.
“É uma medida importante para que a população esteja protegida no menor espaço de tempo possível e bloqueie a disseminação de alguma nova variante. Junto a essa medida, também queremos avançar na vacinação dos adolescentes, que já foi aberta”, explica Resende.
Terceira dose
Oito meses após o início da vacinação, a Secretaria de Estado de Saúde se movimenta para viabilizar a aplicação da terceira dose em idosos, segundo grupo a ser imunizado, mas o que mais preocupa o setor da saúde em razão da vulnerabilidade do sistema imunológico. De acordo com o secretário Geraldo Resende, o governo solicitou doses ao Ministério da Saúde para fazer a revacinação de pessoas com 60 anos ou mais.
“Existe uma forte demonstração de que o processo de imunização com as vacinas vai decaindo conforme a idade, isso do quarto para o quinto mês depois da aplicação das
duas doses. Temos uma parcela significativa de idosos sendo contaminados, precisando ser internados e até morrendo”, considera.
Caso o Ministério da Saúde não acate o pedido de doses para reforçar a imunização dos idosos, o secretário afirma que o Estado poderá tomar a decisão por conta própria.
“Vamos esperar o posicionamento e se não vier, vamos deliberar isso por aqui mesmo e tomar nossas próprias decisões a respeito”, pontua.
A preocupação da SES acontece porque, após ligeira queda, casos de mortes e contaminações entre pessoas com 60 anos ou mais voltaram a crescer em Mato Grosso do Sul.
No último mês, o grupo representou mais da metade do total de óbitos registrados. variante
Falta da Astrazeneca acende alerta
O baixo estoque da vacina AstraZeneca fez o governo federal se antecipar à eventual falta do imunizante produzido pela Universidade de Oxford. O Ministério da Saúde emitiu nota técnica autorizando os estados aaplicarem a segunda dose com a vacina da Pfizer.
Em Mato Grosso do Sul, a Secretaria de Estado de Saúde informou que, por ora, não há falta da vacina, no entanto, que vai acatar a decisão e aplicar a vacina da Pfizer em quem tomou a AstraZeneca, caso novas remessas do imunizante não cheguem. “Por enquanto não está em falta e teremos estoque para o próximo mês”, avalia o secretário Geraldo Resende.
Nessa segunda-feira (16), lote com 37,5 mil doses desembarcou no aeroporto de Campo Grande e será destinado para quem aguarda para completar o ciclo vacinal. Em nota técnica e com respaldo científico, o Ministério da Saúde afirmou que a troca das vacinas é recomendada “em situações de exceção, em que não for possível administrar a
segunda dose da vacina com uma vacina do mesmo fabricante, seja por contraindicações específicas ou por ausência daquele imunizante no país”. Acesse também: MS encerra o toque de recolher na próxima semana
(Texto: Clayton Neves) variante