Além disso, a mão de obra por m² aumentou 9,66% em um mês
Apesar de o mercado imobiliário dar indícios de estar aquecido, construir em Campo Grande tem ficado cada vez mais difícil. Além de o setor ter enfrentado, durante a pandemia, a falta de materiais de construção, agora, também passa por falta de mão de obra.
É o que explica o presidente da Acomasul (Associação dos Construtores de Mato Grosso do Sul), Diego Canzi.
“Hoje nós estamos tendo falta de mão de obra. A mão de obra, principalmente na Capital, tem um déficit muito grande. Pelo que estou sabendo as grandes construtoras estão tendo de trazer mão de obra de fora para a cidade. Com certeza o fato está atrelado à falta de qualificação”, destaca.
Ao ser questionado sobre a falta de materiais, Canzi relata que o período crítico já passou, e que o setor está começando a ficar estável.
Conforme dados do Sinapi (Índice Nacional da Construção Civil) divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a mão de obra por metro quadrado, em Mato Grosso do Sul, aumentou 9,66% em um mês. Em julho deste ano era R$ 579,43 e em agosto passou para R$ 635,4.
Aumento
Em relação ao custo médio do metro quadrado, no Estado, o preço saiu de R$ 1.603,12, em julho, para R$ 1.662,59, em agosto, variando 3,71%. Se comparado a 12 meses, a alta foi de 17,24%, quando no mesmo período do ano passado foi registrado o valor de R$ 1.418,12 por metro quadrado.
A pesquisa mostra ainda que o custo da construção civil teve aumento de 3,71%, em agosto. No ano, de janeiro a agosto, o setor acumula alta de 11,53%. Em 12 meses, o aumento foi de 17,25%.
Canzi acredita que o impacto no primeiro semestre está ligado à alta do diesel. “A curva de ascensão está mais estável. Estão começando a se normalizar os preços dos produtos e a cadeia de abastecimento, pois, os aumentos dos materiais estavam sendo praticamente mensais”, completa. Ainda segundo ele, os materiais com a maior alta no preço foram os fios elétricos e os ferros.
Nacional
O custo nacional da construção por metro quadrado foi de R$ 1.661,85 em agosto, sendo R$ 994,67 relativos aos materiais e R$ 667,18 à mão de obra. No mês de julho, foi fechado em R$ 1.652,27.
Já a mão de obra apresentou taxa de 0,42%, caindo 1,20 ponto percentual em relação a julho (1,62%), apesar dos acordos coletivos firmados no período. Comparando com agosto do ano anterior (0,08%), houve alta de 0,34 ponto percentual. De janeiro a agosto de 2022, os acumulados fecharam em 9,31% (materiais) e 10,38% (mão de obra). Os acumulados em 12 meses ficaram em 14,76% (materiais) e 11,90% (mão de obra).
Em relação às regiões, os dados mostram que a Região Norte registrou a maior variação mensal, de 1,43%. As demais regiões apresentaram os seguintes resultados: 0,22% (Nordeste), 0,49% (Sudeste), 0,72% (Sul), e 1,08% (Centro- -Oeste). Os custos regionais, por metro quadrado foram: R$ 1.645,35 (Norte); R$ 1.549,97 (Nordeste); R$ 1.732,44 (Sudeste); R$ 1.729,30 (Sul) e R$ 1.676,13 (Centro-Oeste).
Por Marina Romualdo – Jornal O Estado
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