A autorização para a venda de 70 ônibus encostados e sem uso para renovar a idade da frota do Consórcio Guaicurus e antecipação de compra de 3,5 milhões de vales-transporte gratuitos pela prefeitura são resultados das reuniões propostas pela Comissão Permanente de Transporte e Trânsito da Câmara. Atualmente, cerca de 85 mil pessoas usam o transporte coletivo em Campo Grande.
De acordo com presidente do colegiado, vereador Coronel Alírio Villasanti (PSL), a Casa de Leis tem articulado entre Executivo e Consórcio Guaicurus para obter melhorias no sistema. As reuniões também acontecem com a presença da Defensoria Pública, Comissão de Transporte da OAB/MS e do Ministério Público.
Villasanti afirma que o consórcio foi duramente cobrado quanto à falta de ônibus e foi constatado que o tempo de espera não é grande, com exceção de algumas linhas como a do Anhanduí. Ele explica que foi determinado à Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) que apresente estudo mais detalhado das linhas problemáticas e soluções para a população.
“A Defensoria pediu e houve consenso, onde o diretor da Agetran ficou de fazer e entregar. Também cobramos e o consórcio informou que não foi tirado ônibus da frota de circulação. Disseram que caiu a demanda de passageiros e a Agetran corroborou com esta afirmativa.”
Queda na receita
Conforme o diretor-presidente da Agetran, Janine Bruno, o sistema de transporte público tem perdido usuários desde 2014 e isso reflete diretamente na qualidade do serviço.
“Tivemos essa redução brusca de passageiros e você tem de manter mais ônibus rodando, e isso gera um desequilíbrio. Isso que estamos tentando ajustar no dia a dia. Temos buscado diferenciação de horários, os próprios corredores de ônibus, que vão ajudar andar mais rápido e dar confiabilidade para o sistema. As gratuidades, da maneira que foram colocadas, ficam ruins, pois sobra o pagamento para a pessoa que paga o vale-transporte. É um conjunto de
medidas para conseguirmos atravessar este momento.”
Venda de veículos
Entre as medidas para desafogar o caixa do consórcio está a venda de 70 veículos que não estão mais nas ruas, conforme adiantou o diretor-executivo da Agereg (Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos), Otávio Gomes Figueiró.
“Cabe à Agetran e à Agereg autorizar a venda para que eles não fiquem sucateando e gerem uma renda neste período, de modo que o consórcio possa ter essa melhora no caixa. Esses estão encostados, não vão diminuir a frota, e os que não são utilizados autorizamos a venda”, explicou. O vereador Villasanti explica que a venda melhora a idade da frota com possibilidade de compra de veículos novos.
Consórcio
O Consórcio Guaicurus afirma que opera com no máximo 70% de lotação, fiscalizado nos terminais por Agetran, o próprio consórico e Defensoria Pública. A empresa afirma ainda que deu início à campanha de conscientização contra a COVID-19.
(Texto: Andrea Cruz)