Com vacinação de professores, Reme prevê retorno de aulas presenciais em julho

Marcos Maluf
Marcos Maluf

Desde o inicío da imunização mais de 5,7 mil professores já receberam primeira dose

Os professores e trabalhadores da educação começaram a ser vacinados contra a COVID-19 na última sexta-feira (30) e, até as 14h de ontem (3), 5.765 pessoas receberam a primeira dose do imunizante. Com o rápido avanço da imunização da categoria, a Semed (Secretaria Municipal de Educação) informou que já há uma previsão para o retorno das aulas de forma híbrida, com atividades presenciais e remotas, nas escolas da Reme (Rede Municipal de Educação) em Campo Grande, no dia 19 de julho. Sindicatos apoiam a volta das aulas desde que todos os servidores estejam vacinados
com as duas doses.

Em entrevista para o SBT MS, a secretária municipal de educação, Elza Fernandes, explicou que o decreto do município, que suspende as aulas presenciais por conta da pandemia, se encerra no dia 1º de julho e a pasta já tem uma programação prevista para o segundo semestre do ano letivo. “Do dia 2 ao dia 16 de julho será o recesso escolar e retornaremos com os alunos no dia 19 de julho. Todas as escolas já estão com os EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), já estão fazendo seu planejamento, que é o POP (Procedimento Operacional Padrão), de acordo com a realidade de cada escola, de acordo com o número de alunos e espaço físico que elas têm”, ressaltou.

O ACP-MS (Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação Pública) acredita que com o prazo previsto para o dia 19 de julho não dará tempo para que os trabalhadores tomem a segunda dose da vacina, já que estão recebendo o imubiológico da AstraZeneca/ Oxford que exige um intervalo de três meses para a aplicação da dose de reforço. “A segunda dose está prevista para dia 26 e 27 de julho, então quem está tomando agora não vai dar tempo de tomar a segunda dose. Tudo isso precisa ser garantido para que tenha as duas doses, senão coloca a perder todo o esforço que foi feito durante esse um ano e meio”, disse o presidente do sindicato, Lucílio Souza Nobre.

A professora da Emei (Escola Municipal de Educação) Conjunto União Daniely Rodrigues Araújo, de 30 anos, pensa da mesma forma. Há mais de um ano, a pedagoga tem dado aulas remotas para crianças de até 5 anos e deseja voltar para a sala de aula, mas só depois de tomar as duas doses da vacina contra a COVID-19. “A volta presencial sem a vacina, tanto a primeira quanto a segunda dose, não é saudável. Nenhum momento o professor disse que não quer voltar, mas quer voltar em segurança, não para a segurança dele, mas para a segurança das crianças, das famílias. O meu posicionamento é a volta sim, mas com a primeira e a segunda dose da vacina, ou seja, a volta segura”, reforçou.

Já o presidente do Sisem (Sindicato dos Servidores de Campo Grande), o vereador Marcos Tabosa, acredita que dará tempo de imunizar todos os servidores antes do retorno. “Eu acredito que mais duas semanas vacina todo mundo [com a primeira dose] e acredito que eles devem mandar a AstraZeneca antes dos três meses, aí fica dentro do prazo”, ressaltou.

É o que ressalta também o presidente da Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul), Jaime Teixeira, que apoia o retorno presencial, já que, segundo ele, os professores estão trabalhando em dobro com o ensino remoto. “A Fetems cobra essa vacinação para todos os trabalhadores da educação, e quando houver o retorno, todo o protocolo de segurança deve estar à disposição dos professores e alunos”, enfatizou.

Retorno

Segundo a Semed (Secretaria Municipal de Educação), no segundo semestre de 2021, todas as 202 unidades de ensino devem elaborar um plano de
retorno das aulas presenciais.

A pasta afirma que adquiriu, por licitação, equipamentos de proteção, como máscaras, álcool gel, materiais de limpeza e higienização que já estão disponíveis para atender aos professores, funcionários e alunos. As escolas farão as adaptações necessárias, tais qual a instalação de dispenser de álcool,
em locais estratégicos das unidades, os alunos serão divididos entre cada turma e as escolas serão fiscalizadas pelo Comitê de Enfrentamento.

(Texto: Mariana Ostemberg)

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