Com novas doses, ‘Dia das Mães’ terá reforço na vacinação

Dia das mães
Nilson Figueiredo

Além da AstraZeneca, Estado espera receber mais doses da CoronaVac e da Pfizer nos próximos dias

Mato Grosso do Sul se prepara para receber três novos lotes de vacinas nos próximos dias. O país recebeu ontem (5), 628.290 doses da Pfizer, que devem ser divididas aos estados em até 48 horas. Além disso, hoje (6) devem chegar 50,5 mil novas doses da AstraZeneca.

Conforme o titular da Secretaria de Estado de Saúde, Geraldo Resende, um novo lote da CoronaVac, também deve ser entregue no próximo sábado (8), que será destinado para aqueles que estejam com a segunda dose atrasada. Com isso, as aplicações devem acontecer no domingo (9), dia no qual é comemorado o Dia das Mães.

No entanto, ainda não há definição da quantidade que será enviada para Mato Grosso do Sul. “As doses da CoronaVac serão destinadas à D1 e vacinação de reforço, em quem já está com o prazo vencido. Essas pessoas terão prioridade”, afirmou Resende.

Durante a live de ontem (5), Geraldo Resende confirmou ainda a chegada de 50,5 mil novas doses da AstraZeneca, que devem ser entregues a Mato Grosso do Sul hoje (6), para atender a novos grupos de imunização. Vale lembrar que ontem a prefeitura ampliou a vacinação para pessoas com deficiência permanente com 40 anos ou mais e iniciou o cadastro prévio para 30 a 34 com ou sem comorbidades, e de 35 a 39 anos com ou sem comorbidades.

“Nunca tivemos um quantitativo tão grande de vacinas, como o que recebemos nos últimos dias. Já convoco secretários e secretárias para montarem o esquema de vacinação, no sábado e no domingo. Estendo que já temos o remédio contra a COVID-19 e quero acreditar que o melhor presente para o Dia das Mães será ver os filhos levando as mães para se vacinar”, destacou.

CoronaVac lidera procura na Capital

Do outro lado da moeda, a breve retomada da segunda dose de CoronaVac em Campo Grande na terça-feira (4) gerou uma onda de angústia para quem ainda espera pela vacina de reforço. Na manhã de ontem (5), com a aplicação já suspensa, mais de 80 pessoas haviam procurado pelo imunobiológico no polo de vacinação localizado no Ginásio Guanandizão.

Um funcionário da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública), que preferiu não se identificar, relatou que a desinformação atrelada à ansiedade tem colaborado para que as pessoas se desloquem erroneamente aos pontos de vacinação. “Muitos estão mal informados sobre os grupos prioritários e ainda ficam bravos conosco. Querem até tomar a outra dose de uma diferente vacina, o que não se pode fazer”, explicou.

No início da vacinação no Ginásio, nessa quarta-feira, mais de 25 pessoas que já aguardavam na fila precisaram ser dispensadas pela falta de doses da CoronaVac. Foram distribuídas 400 doses para o Guanandizão na retomada da D2.

Com a dose de reforço agendada para 3 de maio, Neuza Pereira, 64 anos, preferiu se deslocar ao ginásio na tentativa de tomar a CoronaVac. “Agora, temos de esperar, não tem o que fazer. Vamos continuar com os cuidados”, disse frustrada.

Ao todo, apenas 1,5 mil vacinas da CoronaVac foram disponibilizadas para a aplicação da segunda dose de reforço referentes a agendamentos no dia 21 de abril, e que nasceram entre janeiro e maio. Conforme a Sesau, as pessoas que estão aguardando pela segunda dose do imunizante devem esperar a chegada de um novo lote e o anúncio dos grupos a serem contemplados.

A equipe do jornal O Estado acompanhou, ainda, a procura pelas doses no polo de vacinação da Seleta, localizado no centro da Capital. Até as 8h40 de ontem, mais de 100 senhas já haviam sido distribuídas para a aplicação das vacinas em profissionais de saúde acima de 21 anos, trabalhadores da educação e assistência social acima de 40 anos, bem como de pessoas com comorbidades com 45 anos ou mais.

Uma das enfermeiras responsáveis pelo local, que preferiu não se identificar, relatou que há muitos desencontros de informações, principalmente quando se trata dos grupos prioritários. “O pessoal que vem aqui não entende muito bem os grupos com comorbidades, eles trazem laudos de doenças que ainda não são contempladas pelo PNI [Plano Nacional de Imunizações]”, afirmou.

Imunização avança

“Ontem foi um dia simbólico, e fiquei muito feliz de iniciar em Campo Grande a vacinação em grávidas e puérperas.” A frase do secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, representa uma conquista para um dos grupos mais vulneráveis para a COVID-19. Na Capital, este foi o primeiro grupo
a receber as doses da Pfizer/ BioNTech.

De acordo com a Secretaria de Saúde do município, com o público-alvo estimado em 12,2 mil gestantes e puérperas, até ontem (5) 936 gestantes e 343 puérperas foram contempladas com a primeira dose. O quantitativo representa 1.279 doses aplicadas.

Neste ano, até 31 de março, MS já contabilizou 16 mortes em gestantes e puérperas, sendo seis comprovadamente em decorrência do novo coronavírus. De acordo com o PNI, a imunização neste público é permitida em mulheres com mais de 12 semanas de gestação e com até 45 dias pós-parto.

(Texto: Mariana Moreira com Michelly Perez)

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