Com nova onda de calor, usuários reclamam de péssimas condições no transporte coletivo

Foto: Marcos Maluf
Foto: Marcos Maluf

Com a possibilidade no aumento da tarifa do ônibus, usuários não concordam com a decisão e fazem críticas ao transporte público. Atualmente, a tarifa na Capital está em R$ 4,65, contudo, no início desta semana, o Consórcio Guaicurus pediu um novo reajuste. O desembargador Eduardo Machado Rocha, do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), proferiu decisão, suspendendo a determinação judicial que previa um repasse imediato na tarifa do transporte coletivo de Campo Grande.

As entrevistadas concordaram que o aumento não é cabível, uma vez que o transporte não oferece condições melhores para quem utiliza. Iraci Nunes, 49, revela que nessa época do ano fica mais dificil ter acesso ao transporte público. “Acho ruim o serviço e a estrutura do ônibus. Sempre está super lotado, demora ‘pra caramba’. E em tempos de férias, os alunos não vão, o número de ônibus diminui, a gente chega super atrasado no serviço, porque tem que ficar esperando o ônibus. É horrível! Eu acho horrível e super caro”, comenta, revoltada.

Por outro lado, a enfermeira Marta Graciele, 36, não acha necessário um aumento, mesmo sabendo que há alguns fatores que possam contribuir para a decisão. “Estamos olhando aqui e está no horário. Acredito que aumentando o valor não vai melhorar nada, no momento. Além disso, nosso salário não acompanha. Sei que tem o aumento do combustível, tem muitas coisas acontecendo, que está tudo aumentando, mas reajustar a tarifa não vai ajudar, falta muita coisa. Falta, por exemplo, ar-condicionado em todos os ônibus, ainda mais nesse calorão, que quase matou todos nós. Até hoje, eu peguei apenas um ônibus com ar, uma situação um pouco chata para quem depende do transporte público. A questão é: se for aumentar a tarifa e colocar ar em todos os ônibus, eu concordo que aumente.”

Conforme o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), ainda esse ano, o Estado vai receber mais uma onda de calor. A estimativa é a elevação nas temperaturas, por conta da persistência do fenômeno (quatro dias consecutivos). O instituto emitiu um alerta para algumas regiões, incluindo o Estado de Mato Grosso do Sul.

O meteorologista Natálio Abrahão confirma que 2023 teve o segundo semestre mais quente da história.

O forte calor atingirá mais as regiões Centro-Oeste e Sudeste do Brasil, com as temperaturas máximas podendo superar 40ºC. A situação permanecerá assim até o próximo domingo (17), que terá a chegada de uma frente fria. É esperado o pico do calor durante a tarde na maioria das regiões, com a presença do vento quente e úmido de noroeste.

“A partir do dia 15 de novembro, o Estado deve enfrentar temperaturas próximas aos 40-45ºC, com destaque nas regiões norte, pantaneira e sudoeste. Além disso, aliadas com baixas temperaturas, esperam-se baixos valores da umidade relativa do ar, com valores entre 15 a 35%”, informou a meteorologista Valesca Fernandes.

Ao solicitar a suspensão da liminar, a Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos responsabilizou o consórcio pelo atraso no cálculo da tarifa. A reportagem entrou em contato com o Consórcio Guaicurus, mas não obteve resposta.

Por – Inez Nazira.

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