Com mais de mil casos de estupros registrados, DEPCA inaugura nova sede na Capital

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Foto: João Gabriel Vilalba

A nova sede da DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) foi inaugurada na manhã desta quarta-feira (28), com uma estrutura duplicada com o objetivo de fortalecer o combate ao crime contra crianças e adolescentes.

A Delegacia está localizada na Rua 25 de dezembro, no cruzamento com a Dom Aquino. A estrutura foi praticamente duplicada se comparada com a sede interior, que ficava no bairro Amambai. O novo prédio irá dispor de 47  funcionários, distribuídos entre delegados, investigadores de polícia judiciária, psicólogos, assistentes sociais e pedagogos para atender um fluxo de 300 crianças e adolescentes por mês.

De acordo com o Diretor-Geral de Polícia Civil, Roberto Gurgel, a delegacia é responsável por investigar casos envolvendo crianças adolescentes que são vítimas de crimes hediondo como os crimes de violência sexual, que impactam a sociedade. “Quando nós trazemos a delegacia para um prédio novo e moderno, quando disponibilizamos recursos materiais, aumentamos o efetivo dessa delegacia, isso significa que temos um olhar para esses casos”.

Foto: Divulgação/Chico Ribeiro

Para Gurgel, a delegacia atende uma demanda pensando nas vítimas dos crimes e nas famílias que precisam se deslocar até o espaço. “Nenhuma criança ou adolescente vai a uma delegacia porque quer, vai porque necessita. Estamos hoje pensando nessas crianças, adolescentes e familiares e também nos nossos policiais, que trabalham incansavelmente em crimes de difícil elucidação.

Quanto mais estrutura, seja física, material e humana a policia tem, maiores são as chances dos crimes serem elucidados e os criminosos responderem perante a justiça. Não podemos ter a chamada ‘sensação de impunidade’, se não elucidarmos os crimes não é a sensação, é a verdadeira impunidade”, destaca o diretor.

Segundo a Delegada responsável pela DEPCA, Anne Karine, a nova sede conta com acomodações mais privativas, para que as crianças e adolescentes não precisem estar em contato com os suspeitos. “As salas distantes servem para mais comodidade e privacidade. Nós fazemos aqui depoimentos especiais, que são gravados, que obedecem protocolos e que não podem ter interferências de conversas externas. Foi pensando nisso que nós elaboramos a nova delegacia”.

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Foto: Reprodução/Chico Ribeiro

Casos

Mato Grosso do Sul registrou 1.347 casos de estupro entre os meses de janeiro a setembro de 2022. Desses, 965 foram contabilizados no interior do Estado, o que corresponde a 71,6% dos crimes desse tipo. Os dados são da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública).

Os números ainda mostram que a maioria dos casos de violência sexual foram praticados contra crianças. Dos 1.347 casos, 634 foram cometidos em crianças de zero a 11 anos, 467 contra adolescentes (com idades entre 12 e 17 anos), 105 contra jovens (de 18 a 29), 107 contra pessoas adultas (30 a 59 anos) e 11 idosos (acima de 60 anos). Outros seis casos não informados pela pasta.

“Infelizmente Mato Grosso do Sul tem essa realizada e é exatamente por existir essa realidade que a polícia precisa enfrentar e para isso que é direcionado equipe, efetivo, recursos humanos, recursos materiais, exatamente para que essa realidade seja transformada. O prédio de hoje é mostra uma preocupação e o olhar que a nossa policia do estado tem diante de casos como esse”, finaliza Gurgel.

Com informações do repórter João Gabriel Vilalba.

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