De olho em preços até 100% maiores na saca de soja em relação ao ano passado, os produtores rurais de Mato Grosso do Sul iniciaram oficialmente a colheita da safra. Em comparação aos dados da safra anterior (2019/2020), o aumento de área plantada ficou em aproximadamente 7,55%, passando de 3,389 milhões para 3,645 milhões de hectares. Para tanto, é esperado um aumento de 2,35% em relação à expectativa do volume de produção de grãos (de 11,325 milhões de toneladas na safra 2019/2020 para 11,591 milhões de toneladas na safra 2020/2021). A produtividade para a próxima safra está estimada em 53 sc/ha.
Os dados são do projeto SIGA-MS (Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio), coordenado pela Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar) junto com a Aprosoja-MS (Associação de Produtores de Soja de MS) e a Famasul.
As condições climáticas, como a estiagem na época de plantio e as chuvas de janeiro atrasaram a colheita, que está 3% inferior em termos de tempo em relação à safra passada. A região sul do Estado é a mais avançada, com 14,5 mil hectares colhidos e destaque para o município de Dourados, onde o percentual evolui mais rápido.
Preços em alta
O boletim trouxe ainda destaque para os preços da oleaginosa que se mantêm firmes. Entre os dias 1 e 8 de fevereiro a saca de soja em MS teve ligeira valorização de 0,88%, sendo cotada a R$ 157,38. O preço médio do mês de fevereiro ficou em R$ 155,92/sc no comparativo com fevereiro do ano passado, e houve avanço nominal de 112,45%, quando a oleaginosa havia sido cotada, em média, a R$ 73,39/sc.
Esse valor não significa que o produtor realizou ou esteja realizando negociações neste preço, isso ocorre pela intensa exportação de soja brasileira e sul-mato-grossense no período, de forma que praticamente não existe soja a ser comercializada até a colheita da safra de soja 2020/2021.
De acordo com o secretário de Meio Ambiente e Produção (Semagro), Jaime Verruck, é grande a demanda pela soja, tanto no mercado interno quanto externo. Essa busca pelo produto tem refletido no preço, bem acima dos patamares anteriores, e na comercialização da safra antecipadamente, que já passa dos 60%, com preço médio de R$ 157,38.
“Além das exportações também demos bastante demanda interna para a soja, com novas industrias atuando em pleno funcionamento. Vamos continuar crescendo na produção agrícola, com avanço nas políticas públicas e crescimento substancial de produtividade e área, alinhado com a política industrial que tem trazido novas empresas que processam a soja internamente e a questão logística para exportação, como tem feito com os portos em Porto Murtinho”, destaca.
(Texto: Izabela Cavalcanti e Rosana Siqueira)