Com a evolução da tecnologia e o impacto que o gera em toda a sociedade é necessário repensar como serão as cidades. Segundo o engenheiro e palestrante, Silvio Barros, a adaptação das administrações municipais com essa nova realidade foi um dos destaques na palestra ministrada ontem (6), na Santa Casa de Campo Grande. Silvio é consultor na área de sustentabilidade e gestão pública, além de ter atuado como secretário de Turismo do Amazonas e no Paraná e ex-prefeito de Maringá por duas gestões.
“Como que as tendências, na área de mobilidade, de mudanças comportamentais, como as tecnologias novas vão transformar a forma como nós fazemos as coisas hoje. Isto tem que ser adaptado a realidade, a legislação e da infraestrutura pública. Não é fácil e dificilmente as prefeituras tem gente se dedicando para isso. Então, alguém tem que pensar na cidade do futuro”, explicou das futuras cidades.
Outro ponto destacado pelo engenheiro é justamente a atual economia que afeta os municípios. Para o especialista, existe questões muito além dos municípios, mas estes também não planejam novas formas de arrecadação. “A gente entende que o pacto federativo, a distribuição de impostos, ela é injusta, de fato, mas a solução desse problema não depende da cidade. Depende do congresso, depende do governo federal, depende de uma reestruturação da política tributária, que já demonstrou ser uma barreira muito difícil de ser superada. Por outro lado, existem receitas que a governança para resolver o problema é 100% da cidade e as cidades, às vezes, não implementam suas próprias responsabilidades. Então, têm índices elevados de inadimplência no IPTU, tem uma planta genérica de valores defasada, tem cadastro imobiliário completamente defasados e isto é perda de receita”, detalhou.
Um dos fatores que pode ajudar os governos, futuramente, é trabalhar em conjunto com a sociedade civil.
“A ideia é de que a sociedade civil organizada empreste para a prefeitura esta capacidade, esta competência e assuma a responsabilidade de projetar o futuro para a cidade de maneira que a prefeitura possa trabalhar junto com a sociedade, somando suas competências, para realizar e implementar este novo desafio”, destacou. (Raiane Carneiro)