Campo Grande registrou em 2020 uma redução de 30% no número de casos confirmados de dengue em comparação com o ano anterior. O número de mortes provocados pela doença também é menor, conforme boletim epidemiológico divulgado nesta terça-feira (05).
Segundo a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública) o saldo positivo é reflexo das ações de enfrentamento ao mosquito Aedes aegypti realizadas ao longo do ano, mesmo com a pandemia de COVID-19.
Dos dados, de 1 de janeiro a 31 de dezembro de 2019 foram confirmados 19.647 casos de dengue no município e no mesmo período do ano passado foram contabilizados 13.141 confirmações, o que representa uma redução de aproximadamente 30%. O número de mortes caiu de oito para sete em 2020.
Em janeiro do ano passado, a prefeitura de Campo Grande lançou uma megaoperação de combate ao mosquito Aedes aegypti, mobilizando diversas secretarias e instituições públicas e privadas, a fim de reduzir os índices de proliferação do mosquito nas sete regiões do município.
Os trabalhos da “Operação Mosquito Zero – É matar ou morrer” se estenderam até abril e, durante este período, 41.187 imóveis foram inspecionados, 35.640 mil depósitos e 1.630 focos do Aedes eliminados, além do equivalente a 600 caminhões de materiais inservíveis recolhidos durante as seis etapas da ação, realizadas nas regiões: Imbirussu, Anhanduizinho, Bandeira, Lagoa, Prosa e Segredo. Cerca de 250 servidores de vários órgãos municipais estiveram envolvidos.
A partir de abril do ano passado, as ações coletivas tiveram que ser reduzidas em razão da pandemia de Covid-19, mas o trabalho de rotina realizado pelos agentes de saúde foram mantidos, assim como ações pontuais em locais com índices elevados de proliferação do mosquito e manutenção do uso diário do fumacê.
Nova arma
Em dezembro do ano passado o município inaugurou a biofábrica para produção de mosquitos Aedes aegypti com a bactéria Wolbachia, que introduzidos na natureza irão inibir a transmissão da dengue, zika e chikungunya, entre outras arboviroses, o que deve contribuir na manutenção dos índices estáveis de notificações destas doenças.
As liberações começam inicialmente pelos bairros Guanandi, Aero Rancho, Batistão, Centenário, Coophavila II, Tijuca e Lageado. Nestes bairros, os wolbitos serão liberados semanalmente, durante 16 semanas, por agentes da Prefeitura de Campo Grande. As liberações ocorrem no período da manhã e são feitas por meio de veículos cedidos pela SES.
O trabalho de engajamento comunitário segue em realização, mobilizando equipes de saúde, da rede pública de ensino e lideranças sociais. No próximo semestre, os próximos bairros a receberem os mosquitos são Alves Pereira, Centro Oeste, Jacy, Jockey Club, Los Angeles, Parati, Pioneiros, Piratininga, Taquarussu, Moreninha e Jardim América.
O Método Wolbachia é complementar às demais ações de controle das arboviroses realizadas pela prefeitura. A população deve continuar a realizar as ações de combate à dengue, Zika e chikungunya que já realizam em suas casas e estabelecimentos comerciais.
A iniciativa é uma parceria entre Prefeitura de Campo Grande, Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, World Mosquito Program (WMP Brasil), Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e Ministério da Saúde.