São eles que ajudam os militares do Batalhão de Choque na detecção de drogas, busca, proteção e guarda – profissão canina famosa
Olhando de longe eles parecem uma fera! Tem pastor-belga malinois, pastor-alemão, rastreador-brasileiro e labrador, mas quando estão com os policiais tudo muda, dá até para fazer um carinho sem medo. Há 20 anos o Batalhão de Choque da Polícia Militar mantém um canil em Campo Grande e o adestramento começa quando os cães ainda são filhotes.
O adestramento dura cerca de dois anos e desde que o trabalho começa cria-se uma grande parceria, os cães saem sempre com o mesmo policial. “Todas as vezes que o policial tira serviço, o cachorro também tira, eles treinam e correm. A rotina é a mesma que a do policial, ele trabalha sempre com o cachorro. É como se eles fossem colegas de trabalho, ele compõe a guarnição, trabalha junto, fica sem dormir, sai do quartel, entra na viatura, tudo junto. Se viaja eles vão juntos e na viatura tem o compartimento específico para eles”, é o que explica o capitão do canil, Pablo Luiz Soares.
Dez militares são responsáveis por fazerem o treinamento dos 11 cães, os quais, além de encontrar entorpecentes, também são treinados para guarda, proteção e busca de pessoas. Eles recebem o nome de: Ozzy, Pietá, Bacco, Ronda, Maradona, Cairo, Venom, Pantera, Savory, Alok e Eros.
“Para cada especialidade tem um cachorro e cada um deles tem um treinamento diferente. Todo cachorro passa por um processo de obediência antes, que são os comandos básicos, depois ele é direcionado para o que vai fazer. Por exemplo, para um cachorro de detecção de drogas nós temos as bases da maconha, da cocaína e derivados dessas drogas, apresentamos para o animal esse cheiro e quando ele encontra esse odor nós premiamos ele com bolinha, ração, mordedor, ai ele entende que todas as vezes que ele encontrar esse cheiro, ele vai receber um prêmio”, elucida.
Mas, antes de treinarem os cães, os policiais também passam por uma especialização. O militar, quando entra para o Batalhão de Choque, ele faz um estágio supervisionado, no qual recebe instruções e depois treinamento específico direcionado para sua área de atuação.
“Os policiais passam por cursos de especialização direcionados a áreas de zootecnia. Dentro dessas especializações nós temos os cursos de artefatos de drogas, de busca, um curso voltado para parte de patrulhamento, aí cada militar se especializa em uma área”, revela.
Todos os cães do canil são muito bem tratados, se alimentam duas vezes ao dia, passam por acompanhamento veterinário diariamente e são os xodós dos policiais. “A veterinária vem aqui todos os dias, acompanha os cachorros diretamente com medicamentos e exames, quando eles apresentam alguma situação nós medicamos. Mas nossos cães são saudáveis, mantemos as vacinas em dia, então não temos problemas em relação a saúde. A ração vem mensalmente, oferecida pelo Estado e cada cachorro fica dentro de um canil”, afirma o capitão.
É hora do descanso!
Eles começam a trabalhar desde pequenos e vão crescendo nessa atividade, e quando estão um pouco mais velhos, precisam se aposentar. A partir dos 8 anos os cães já podem se afastar dessa atividade e na maioria das vezes são os treinadores que levam o animal para casa.
“Este ano se aposentaram três. O tempo médio de vida de trabalho deles é de oito anos; após esse período eles aposentam e geralmente eles vão para casa do adestrador que ficou com ele”, conclui.