Brasil, Austrália e membros da União Europeia irão propor uma investigação sobre as decisões da Organização Mundial da Saúde (OMS) e um processo de reforma da entidade, a informação foi dada pelo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.
Araújo disse que há, por parte do órgão, “falta de independência, de transparência e de coerência nos posicionamentos e orientações sobre aspectos essenciais” no enfrentamento à pandemia de covid-19. O minnistro citou, por exemplo, informações sobre a origem do novo coronavírus, o compartilhamento de amostras, o contágio por humanos, modos de prevenção, quarentena, uso da hidroxicloroquina, indumentária de proteção e transmissibilidade por assintomáticos.
“Em todos esses aspectos, a OMS foi e voltou [na recomendação], às vezes mais de uma vez, e isso nos causa preocupação”, disse Araújo, durante reunião ministerial coordenada pelo presidente Jair Bolsonaro.
Para o ministro, o problema é sistêmico, e não acidental, e deve ser investigado mesmo durante a pandemia. “Cada dia, essas decisões e esse vai e vem prejudicam os esforços de todos os países”, disse.
Na semana passada, o próprio presidente Bolsonaro fez críticas à organização e disse que o governo brasileiro poderia até deixar a entidade que, de acordo com ele, atua “com viés ideológico”.
A epidemiologista e principal responsável técnica da resposta à covid-19 da OMS, Maria van Kerkhove, frisou que há diferença entre assintomáticos e pré-sintomáticos, que são as pessoas que vão desenvolver algum sintoma da doença. Ao falar do tema, a epidemiologista ponderou a capacidade de testagem e rastreio de pacientes pelos gestores de saúde e argumentou que a contenção da transmissão da doença pode ser mais rápida com a localização e o isolamento dos casos sintomáticos.
(Texto: Inez Nazira com informações da Agência Brasil)