Bolsonaro aposta em auxílio, Michelle e Sudeste em começo de campanha

Crédito: Isac Nóbrega/PR
Crédito: Isac Nóbrega/PR

O presidente Jair Bolsonaro (PL) dará início oficial à campanha pela reeleição nesta terça-feira (16) com sua equipe se dizendo otimista com a expectativa de colher impacto eleitoral com a melhora de indicadores econômicos e o pagamento de benefícios sociais recém-aprovados.

Na primeira etapa da campanha, a estratégia será intensificar agendas nos estados do Sudeste, para buscar consolidar seu desempenho nos maiores colégios eleitorais do país, e tentar reverter a rejeição entre jovens e mulheres.

Para isso, a campanha aposta numa maior presença da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, em eventos eleitorais e em viagens.

Na semana que antecedeu o início oficial da campanha, Bolsonaro e seus aliados tiveram um momento de alívio com a indicação de melhora em pesquisas internas. A campanha atribui a mudança especialmente à queda na inflação e no preço dos combustíveis.

A aposta do entorno do mandatário é que ele deve crescer nos levantamentos nas próximas semanas, com queda na inflação e pagamentos de benefícios sociais turbinados, no valor total de R$ 41,25 bilhões, às vésperas da eleição.

Na esteira da queda no preço dos combustíveis e da energia elétrica, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) registrou deflação (queda de preços) de 0,68% em julho. É a menor taxa já registrada desde 1980.

A queda, contudo, ficou concentrada especialmente em transportes e habitação. Os alimentos e as bebidas subiram 1,3% no período. A comida cara castiga sobretudo o bolso dos mais pobres, faixa do eleitorado em que o presidente tem mirado para melhorar o seu desempenho.

A estratégia do entorno do presidente para fazer frente às adesões aos textos pró-democracia é dobrar a aposta nos atos bolsonaristas previstos para o 7 de Setembro.

Agendas

As agendas de Bolsonaro nesta primeira semana ficarão focadas nos três maiores colégios eleitorais do país: São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Dos mais de 156 milhões de brasileiros aptos a votar neste ano, quase 67 milhões estão na região Sudeste.

Nesses estados, Bolsonaro pretende fazer acenos às bases de seu eleitorado: pessoas ligadas à agricultura, com participação na Festa do Peão de Barretos; e militares, com a solenidade de entrega do espadim na Aman (Academia Militar de Agulhas Negras).

O presidente vai dar início à sua campanha em Juiz de Fora (MG), onde sofreu um atentado com faca em 2018. Aliados consideram o local simbólico e dizem que o ato foi pensado para representar o “renascimento” do chefe do Executivo.

Sua passagem pela cidade mineira contará ainda com uma motociata. Depois, o presidente deve ter compromissos em São Paulo e Rio. No dia 19, deve voltar a Minas Gerais. Desta vez, porém, a previsão é que vá a Belo Horizonte para a inauguração do TRF-6 (Tribunal Regional Federal da 6ª Região).

Outra decisão da campanha de Bolsonaro é manter a ofensiva para conquistar o eleitorado feminino e jovem. Há uma avaliação de que a abordagem de intensificar mensagens para mulheres e jovens reduziu a rejeição desses eleitores ao presidente na fase da pré-campanha.

De olho nos jovens, a participação de Bolsonaro no podcast Flow, que durou mais de cinco horas e bateu recordes no YouTube, foi muito bem avaliada pela campanha. A ideia é que ele participe cada vez mais de entrevistas nesse formato. No sábado (13) ele já deu entrevista ao canal de YouTube de Rica Perrone, simpático ao presidente.

Nos últimos meses, estrategistas de Bolsonaro também convenceram o presidente a focar seus discursos no público feminino. Depois disso, ele passou a destacar ações do governo voltadas às mulheres, como a entrega de títulos rurais a mulheres.

Neste sábado (13), a participação do presidente na Marcha para Jesus, no Rio de Janeiro, foi marcada pelo protagonismo de Michelle, que pulou, fez coreografias ao som de canções evangélicas, mandou beijos para a plateia e puxou uma oração.

No palco montado no sambódromo, ela foi recebida com gritos de “Michelle” pelo público e, em sua fala, prometeu “trazer a presença do Senhor Jesus” para o governo.

Já em clima de campanha, na última sexta-feira (12), o mandatário deixou o expediente no Palácio do Planalto mais cedo para gravar inserções com candidatos em Brasília. Ele ficou mais de três horas na produtora contratada pelo PL e gravou com dezenas de aliados que concorrerão à Câmara, ao Senado e ao governo.

Estiveram lá, por exemplo, Vitor Hugo (PL), candidato a governador de Goiás, e Hamilton Mourão (Republicanos), atual vice-presidente que disputa uma vaga no Senado pelo Rio Grande do Sul.

Com informações da Folhapress, por MARIANNA HOLANDA E MATHEUS TEIXEIRA

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