Comprovando que têm carnaval ”sim, senhor” dois blocos de Campo Grande (Cordão Valu e Capivara Blasé) reuniram-se em coletiva, na tarde de ontem (19), para tratar de assuntos voltados à folia de momo, pautando questionamentos constantes da festividade, como: segurança, limpeza, estrutura, liberdade de expressão e inclusão. Com participação da líder do Cordão, Silvana Valu; dos representantes do Capivara, Vitor Samudio e Angela Montealvão; Andre Pereira, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e Jolema Souza pela Cruz Vermelha, norteando estava o ponto que havia decretado que os carnavais de blocos teriam apenas uma entrada e saída para os foliões, visando a proteção dos mesmos, para que ninguém adentre no meio da festa com garrafas de vidro e demais objetos cortantes.
”Esse ano a Prefeitura e Segurança Pública resolveram organizar as entradas de forma diferente para o Cordão e Capivara também. Teremos uma entrada oficial pela Antônio Maria Coelho, esquina com a Calógeras. Mas no dia do Cordão Valu teremos também uma segunda entrada, pela rua General Melo, com a 14. Mas todos os outros blocos entram pela Calógeras com Antônio Maria Coelho”, explica Silvana Valu, responsável pelo Cordão que vai às ruas nos dias 22 e 25.
Para o bloco Capivara Blasé, ”nossa entrada oficial também fica sendo pela Calógeras com Antônio Maria Coelho, onde fica a barreira para prevenir que as pessoas entrem com objetos cortantes. Justamente a gente tenta prezar pela segurança das pessoas. No dia do bloco, abre a rua Dr. Temístocles com a 14, para que sempre, todos os dias, independente do bloco, a gente possa ter uma entrada principal e uma entrada e saída alternativa”, aponta Vitor.
”Até ano passado fazíamos o enterro dos ossos, que acontecia no sábado após o Carnaval. ”Esse ano retiramos e mudamos para o domingo, então o Capivara Blasé vem em dois dias seguidos, no domingo (23) e segunda-feira (24), dia oficial do bloco”, aponta ainda o representante do Capivara Blasé.
Tendo a Esplanada como palco, Vitor comenta ainda que: esse ano o Capivara Blasé, em decorrência do debate a respeito do carnaval, a gente elencou o patrimônio em uma campanha educativa em valorização patrimonial… para que além da folia, desse momento de se divertir, que seja um momento em que as pessoas possam se conscientizar, principalmente a respeito daquele espaço.”
”O Cordão Valu e Capivara Blasé sempre se preocuparam muito com o patrimônio histórico. Todos os anos em que foram realizados, sempre foi com autorização do Iphan. Nunca ocupamos sem que eles estivessem presentes e nos orientando”, complementa Silvana Valu.
Convidando toda a família para ocuparem as ruas de Campo Grande com folia, ambos os blocos têm iniciativas que priorizam os pequenos que, para participarem da folia, como justifica a representante da Cruz Vermelha, Joelma Souza, terão de se cadastrarem junto ao seu maior responsável, com pulseiras identificadoras para o caso de uma criança se perder em meio a multidão. Na terça-feira o Cordão Valu traz o bloco do Valuzinho e, na iniciativa de matinê do domingo, o Capivara Blasé traz o bloco das capivarinhas.
”Capivara é um bloco de rua e por isso tem a necessidade de ser aberto e democrático. Tem esse espaço das capivarinhas reservado e fechado na frente do palco, onde o adulto só entra acompanhado de uma criança, para que os pais e seus filhos possam curtir o Carnaval com segurança e estrutura mínima para o conforto. Terão cadeiras para amamentação e para idosos os idosos se sentarem. Banheiros exclusivos para as crianças e trocador fraldário também estão disponíveis”, faz questão de ressaltar Angela Montealvão.
Finalizando, ela comenta que: ”As capivarinhas poderão aproveitar da pintura facial gratuita ofertada durante todo o bloco, como forma de democratizar o uso da fantasia, para aquelas famílias que não tem condições de comprarem fantasias mas não deixam de estar presentes. Acaba virando uma forma de folia.”
Segundo assessoria dos blocos, sendo esse o primeiro ano de adequação devido à integração do Carnaval da Avenida Fernando Correa da Costa, não é possível estimar um total de público para os dias de apresentação, calculando cerca de 40 mil foliões por noite, baseado nos dados contabilizados pelo Cordão Valu em 2019, que levou 80 mil foliões para as ruas da Capital.
(Texto: Leo Ribeiro)