“Eu sou videomaker metida a cineasta desde 2008. Então comecei a fazer meus filmes de maneira independente, a maioria com a técnica de stopmotion que é basicamente foto atrás de foto. Meus principais assuntos sempre foram ligados à conscientização para o cuidado ao nosso planeta”, revela Gabriela Dias que lança neste domingo (13) dois curtas surreais: Pantanal Contemporâneo e Onça Contemporânea. As estreias acontecem ao vivo simultaneamente, às 20h e às 21h, pelo youtube.com/gabicontemporanea e no canal oficial da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (que apoia as obras): youtube.com/fundacaodeculturamsoficial.  Ouça Gabi Dias falando de seu trabalho e biografia.

O primeiro filme foi gravado em Aquidauana, Corumbá, Miranda e Bonito. A artista quis mostrar diferentes paisagens dentro de um mesmo Pantanal. Ela buscou trazer aquelas imagens que “a gente tem no subconsciente quando fala o bioma: o rio, o pôr do sol, os pescadores, as crianças na água e os bichos”. Protagonista da sua ideia, ela se mescla aos sentimentos e pensamentos relacionados ao curta.  “A personagem principal (que sou eu) começa uma transformação surreal, naturalista e contemporânea enquanto medita tranquilamente na beira do rio (no balneário municipal de Bonito)”, conta Gabi Dias.

 

O efeito especial criado para a ocasião foi justamente feito com a técnica de fotomontagem para conseguir transmitir a mensagem de que as pessoas são a natureza, o todo. “Estamos completamente conectados, não tem como não se preocupar com a preservação dela, somos a natureza!”, pontua. Já o segundo filme, Onça Contemporânea, é sobre este animal que é metido à artista contemporâneo e mais uma vez Gabi é a personagem principal. Ela sai do Pantanal e vai para a cidade fazer arte para conscientizar os humanos.

“Esse filme mostra parte dos bastidores e os trabalhos que eu fiz nesses últimos anos na arte contemporânea: moda e design upcycle, instalações, lambe-lambe, e etc. Acredito que o ponto alto do filme é quando ela chega até o movimento internacional Fashion Revolution, que trata justamente das questões que ela tenta transmitir. Então, a Onça traz o evento para o Museu de Arte Contemporânea de Mato Grosso do Sul. Além deste local importante para a arte do Estado, eu também apresento o Trem do Pantanal, o Aquário do Pantanal e o Centro de Belas Artes de Campo Grande, parte deles sem funcionamento”, explica Gabi Dias.

 

As obras foram financiadas com recurso da Lei Federal de apoio à Cultura, Aldir Blanc, com produção de roteiro e direção da cineasta independente, Gabriela Dias.

Futuro

O futuro de Gabriela Dias é mais extenso com a pretensão de fazer um longa-metragem. “Já estou escrevendo um roteiro, mas já sei que vai demorar bastante. Só esses dois curtas foram 5 anos”, compara. A trama gira em torno de uma piloto de avião que cai com o transporte aéreo em uma fazenda abandonada, no meio do nada. “Então vai ser bem tenso. Será que ela vai virar bicho?”, questiona cheia de humor e mistério a videomaker “metida a cineasta”.

Biografia da artista

Em 2010 foi premiada no Salão de Arte de Mato Grosso do Sul com “Caixinha de Música”, filme em animação stopmotion exibido em vídeo-instalação. Em 2011, Gabi Dias ganhou o prêmio “Melhor Clipe do Ano Rock do Mato MTV”, cuja animação em stopmotion foi veiculada nas MTV de Londres, Austrália e França. No ano de 2012 foi selecionada novamente no Salão de Artes de MS e apresentou sua vídeo-instalação “Entrelinhas” no Museu de Arte Contemporânea de MS. No mesmo ano foi convidada pelo Festival de Inverno de Bonito (FIB/2012) para apresentar a Mostra Cine Arte com Gabi Dias com 20 de seus filmes. Finalista no Concurso Movimento Hot Spot na categoria cenografia (upcycle), representou Mato Grosso do Sul em uma exposição coletiva que rodou 10 capitais do país.

Em 2017, produziu o evento internacional de conscientização no mundo da moda, o Fashion Revolution no Museu de Arte Contemporânea de Mato Grosso do Sul (MARCO), apresentando uma instalação de moda e design sustentável e recebendo por isso Moção Honrosa da Câmara dos Vereadores de Campo Grande. Produziu instalações artísticas e ambientação sustentável para a décima sétima edição do Festival de Inverno de Bonito (FIB).

Gabi teve obra apresentada na MTV França, Austrália e Inglaterra.