Os países da Liga Árabe são importantes destinos do agronegócio brasileiro. A Equipe de Política Agropecuária do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da USP, evidencia uma análise que há grande oportunidade para uma ampliação e consolidação do fluxo comercial de produtos agropecuários e agroindustriais brasileiros para os países membros da Liga Árabe. As carnes e os seus derivados são os produtos com maior potencial.
Especificamente no setor agropecuário, representantes do Brasil realizaram visitas técnicas em quatro países árabes (Egito, Arábia Saudita, Kuwait e EAU), no intuito de fortalecer parcerias comerciais e abrir mercado para esses produtos. Como resultado, foram autorizadas as exportações brasileiras de lácteos, ovinos e caprinos para o Egito, castanhas, derivados de ovos e frutas à Arábia Saudita e mel para o Kuwait.
Além disso, foi discutida cooperação técnica na agropecuária (em especial, pesca e aquicultura no Kuwait) e a formalização de convênios entre centros de pesquisa brasileiros e egípcios. Na Arábia Saudita e principalmente nos EAU, foram apresentadas as oportunidades de investimentos em infraestrutura, em particular a Ferrogrão e a Ferrovia de Integração Oeste-Leste.
Os principais produtos exportados pelo Brasil no ano passado foram carne bovina desossada refrigerada e congelada, açúcar, carne de frango, miúdos e pedaços de carne de frango congelada, minério de ferro, milho. O grupo representou cerca de 70% da pauta. Já os produtos importados pelo Brasil dos países da Liga Árabe consistiram em combustíveis minerais (petróleo e seus derivados) e adubos (fertilizantes), responsáveis por cerca de 80% do valor total despendido.
Entraves
Apesar de todas essas ações, alguns entraves ainda precisam ser superados para a consolidação do Brasil no atendimento a este importante mercado. É fundamental, por exemplo, investir na infraestrutura logística nacional e na modernização dos portos brasileiros.
Outro fator preponderante é a diferenciação e agregação de valor a mercadorias exportadas. Nesse sentido, é preciso marcar positivamente a imagem do produto brasileiro no mercado internacional e as missões governamentais e os eventos realizados contribuem para esse fortalecimento.
Além disso, a internacionalização das empresas brasileiras é estratégica, já que facilita um conhecimento mais profundo da cultura e dos hábitos e preferências de suas populações.
(Texto: João Fernandes com Rural News MS)