Advogada alerta sobre golpes dados por familiares

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O sonho da maioria dos brasileiros é chegar na terceira idade e poder curtir a aposentadoria com tranquilidade e folga. Entretanto, situação cada vez mais comum é encontrar idosos fragilizados tendo que arcar com dívidas feitas por familiares. São cartões de crédito, empréstimos altíssimos que tiram o sono daqueles que trabalharam uma vida toda para conseguir construir um patrimônio.

A advogada especializada em Direito Administrativo, Renata Barbosa Lacerda, explica que a incidência destes golpes é cada vez mais comum e já afeta inclusive a saúde destes clientes que não conseguem pagar seus tratamentos médicos.

“Os clientes chegam aqui com a aposentadoria totalmente comprometida, principalmente aquelas que são acometidas com alguma doença, ou com um quadro depressivo, bipolaridade, casos de Alzheimer e, com isso, os filhos e netos acabam se apoderando e entram com ações e se apropriam de cartões de créditos, cartões de banco e começam a administrar a vida desses servidores”, explica.

Histórias que chocam são comuns no trabalho de defesa realizado por Renata. “Um dos casos que chamou a minha atenção foi o de uma neta que simplesmente sacou todo o dinheiro que a avó tinha para comprar móveis para sua residência. Às vezes, os idosos chegam aqui recebendo apenas 10% de suas aposentadorias”, pontua.

Indignada com tais situações, Renata ainda comenta que profissionais de diferentes áreas já constataram esse empobrecimento. “Conversei com uma fisioterapeuta que tem um trabalho fantástico com idoso. Ela me contou que eles estão deixando de fazer suas fisioterapias e seus tratamentos por conta do empobrecimento, mas como alguém que já possui uma moradia, que tem uma aposentadoria de R$ 10 mil ou R$ 15 mil está passando por dificuldade financeira?”, questiona.

O cuidado com os mais velhos, atitude tão simples, que antigamente era quase que uma obrigação e honraria para os filhos, hoje tem se tornado exceção. A advogada alerta que não somente os idosos sofrerão as consequências, mas também os bancos. Ela orienta vítimas a se informarem e buscarem medidas legais.

“A orientação é de que consultem um advogado, ou até mesmo a Defensoria Pública, que tem muitos profissionais que podem fazer algum tipo de posicionamento, já que cada caso é um caso, e o advogado é o profissional apto para trazer essas orientações. Na dúvida, não sabe o que fazer? Está em desespero? Vá até uma delegacia de polícia, faça a preservação de direito, porque, às vezes, a assinatura pode ter sido falsificada, e o banco será responsabilizado, já que ele deve verificar se a assinatura é real, se os documentos correspondem enfim, ele também será lesado, já que a partir do momento em que o juiz der uma liminar ele não vai receber”, finaliza. Acesse também: Dupla brasileira de tênis bate a Russia e ganha bronze

(Michelly Perez)

Jornal Impresso

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