Um menino de 11 anos, natural de Campo Grande, foi morto por asfixia e enterrado pelo próprio pai em uma área de mata no bairro Colinas do Sul, em João Pessoa (PB). O corpo foi encontrado em uma cova rasa de aproximadamente 20 centímetros, após o autor do crime, Davi Piazza Pinto, de 38 anos, confessar o assassinato à polícia no último domingo (2).
A vítima, uma criança com autismo não verbal e deficiência visual, foi morta na sexta-feira (31). Segundo a investigação, o pai usou uma rede e travesseiros para sufocar o menino, colocou o corpo em um saco plástico e o enterrou em um ponto isolado de mata. A polícia afirma que o crime foi premeditado, pois, Davi saiu de Florianópolis (SC) rumo à Paraíba com a justificativa de visitar o filho, mas antes comprou uma pá e alugou uma propriedade rural para ocultar o corpo.
A confissão foi feita em Santa Catarina. Após matar o menino, o homem ligou para a mãe, admitiu o crime e, em seguida, procurou a Polícia Militar catarinense. Com as informações repassadas, agentes da Paraíba localizaram o corpo e confirmaram a identidade da criança.
De acordo com as polícias da Paraíba e de Santa Catarina, Davi não aceitava o fim do relacionamento com a mãe do menino, o que pode ter motivado o assassinato. Durante depoimento, ele demonstrou frieza, relatando passo a passo como matou e enterrou o próprio filho.
O autor morou por anos na Vila Planalto, em Campo Grande, antes de se mudar para o Sul do país. Segundo familiares, ele não via o menino havia muito tempo. A tia materna da criança, de 45 anos, relatou em entrevista que a mãe do garoto está em estado de choque. “Minha irmã acreditava que ele queria passar uns dias com o filho. No domingo, ele ligou dizendo que tinha matado. É uma crueldade que não cabe em palavras”, disse.
A tia também lembrou a trajetória de luta do sobrinho, que nasceu prematuro, de 24 semanas, e passou cinco meses internado na UTI da Santa Casa. “Ele perdeu a visão, mas era um menino feliz, carinhoso. Não falava, mas demonstrava amor com gestos e sons. Não merecia esse fim”, lamentou, emocionada.
O caso gerou enorme comoção no país. Em João Pessoa, moradores realizaram uma vigília silenciosa no local onde o corpo foi encontrado. Nas redes sociais, mensagens de indignação e pedidos de justiça se multiplicaram.
“Como alguém é capaz de matar o próprio filho, ainda mais de um jeito tão cruel?”, questionou a tia. “A gente sabe que a Justiça vai fazer o que pode, mas é revoltante pensar que um dia ele pode sair.”
Davi está preso em Florianópolis e aguarda transferência para João Pessoa, onde será indiciado por homicídio qualificado e ocultação de cadáver. A Polícia Civil da Paraíba deve concluir o inquérito nos próximos dias.
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