Um jovem de 22 anos foi resgatado pela PM (Polícia Militar) na noite de terça-feira (14), após ser mantido em cárcere privado e espancado por integrantes do chamado “tribunal do crime” do PCC (Primeiro Comando da Capital), em Campo Grande. A vítima foi encontrada com mãos e pés amarrados dentro de um quarto de uma casa localizada na Rua Osvaldo Aranha, no Bairro Alves Pereira.
De acordo com o boletim de ocorrência, policiais do 10º Batalhão da PM receberam uma denúncia anônima informando que um rapaz estaria sendo mantido em cativeiro e julgado por membros da facção criminosa. A testemunha também relatou que o imóvel funcionava como ponto de venda de drogas e que o jovem gritava por socorro enquanto era espancado.
Ao chegarem ao endereço, os militares ouviram os pedidos de ajuda e decidiram entrar na residência. Na varanda, encontraram Lucas Henrique da Silva, de 23 anos, sentado em um sofá. Ele foi contido e acabou confessando participação nas agressões e na vigilância da vítima, em troca de drogas.
Dentro da casa, os policiais localizaram o rapaz amarrado com fios de carregador e cadarços, deitado em uma cama. Após ser libertado, ele contou que é usuário de pasta base e trabalhava vendendo drogas para o dono do imóvel, um traficante de 28 anos que está foragido.
Segundo o relato da vítima, o episódio teve início após ele perder cerca de R$ 500 em crack, furtados por outros usuários, o que gerou uma dívida com o traficante e com o PCC. Na noite de terça, ao ir até a casa, ele foi atacado e golpeado com um pedaço de madeira, além de sofrer ameaças de morte. O traficante chegou a ligar para familiares exigindo o pagamento da dívida e afirmando que, se o valor não fosse quitado, o jovem seria executado em um “tribunal do crime”.
Testemunhas que passavam pela rua ouviram os gritos e acionaram a polícia. Quando a equipe chegou, o dono da casa já havia fugido, deixando Lucas responsável por vigiar o rapaz. Ele foi preso em flagrante e levado à Depac Cepol (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário), onde o caso foi registrado como lesão corporal, ameaça, sequestro e cárcere privado.
A Polícia Civil segue investigando o caso e busca identificar os demais envolvidos no crime.
Acesse as redes sociais do Estado Online no Facebook e Instagram
Leia mais