A Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), inaugura hoje (19), o acervo “Maria da Glória Sá Rosa”, que homenageia a professora e, utiliza todo seu acervo cultural, doado à universidade por seus filhos. São cerca de quatro mil itens, mais três mil livros, volumes raros, diários pessoais, fotos de viagens e material iconográfico de áudio e de vídeos em VHF, que ainda devem passar por processo de digitalização.
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Foto: Eduardo Coutinho
Maria da Glória Sá Rosa foi umas das principais professoras de Capital. Pioneira no ensino, formou uma geração de intelectuais em todo o Estado. Dentre as importantes ações em prol da cultura, Glorinha lecionou nas Universidades Fucmt, hoje UCDB, e UFMS, fundou a Aliança Francesa em Campo Grande e foi membro atuante da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras, onde ocupava há 44 anos a cadeira de número 19.
Como escritora, se tornou referência em relatar a história da cultura do Estado e teve cerca de 12 livros publicados. Recebeu o cobiçado título de Doutora Honoris Causa, outorgado pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e Professora Honorária pela UNIGRAN de Dourados.
Os responsáveis pela concretização do projeto ‘Acervo Maria da Glória Sá Rosa’, são os integrantes do Grupo de Pesquisa da Literatura, História e Sociedade, liderado pelos professores doutores Daniel Abrão e Volmir Cardoso Pereira e pelo NEBA, Núcleo de Estudos Bakhtinianos. Quem também contribuiu para a execução dos processos de registro em cartório, intermediação junto a família de Sá Rosa, inclusive de restauração de alguns equipamentos com apoio externo, foi a professora Aline Saddi Chaves, Coordenadora do NEL, Núcleo de Ensino de Línguas.
Todo o trabalho durou dois anos. A sala será um espaço de pesquisa disponível para o público interno e externo da UEMS. O professor Daniel Abrão, que fez a remoção dos livros pessoalmente e acredita que as pessoas poderão consultar uma expressiva coleção de livros raros, clássicos da literatura (muitos na língua original) francesa, espanhola, italiana e inglesa, além de extensa biblioteca exclusiva de autores regionais, livros de arte, história, filosofia e mapas cartográficos que datam de 1919.
“Este é um momento importante para a Cultura do Estado, o que reforça a importância da UEMS na sociedade, além de ser uma ação que dá um suporte bibliográfico robusto aos Cursos de Letras e demais Cursos da Unidade de Campo Grande”, explica o professor Daniel. Segundo ele, Maria da Glória cruza a história e a memória cultural do Estado. “Não há como falar em curso de Letras sem passar pelo nome dela”, destaca.
(Texto: Julisandy Ferreira com assessoria)