A falta de dinheiro foi um dos principais motivos para o turista sul-mato-grossense ter viajado pouco nos anos de 2020 e 2021 de acordo com pesquisa feita pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Pesquisa e Estatística).
A pesquisa mostrou que 2021 foram movimentados R$ 86,7 milhões no turismo estadual. O levantamento é referente aos anos de 2020 e 2021, marcados pela pandemia de Covid-19, onde houveram restrições sanitárias para a contenção do vírus e isso pode ter refletido nos resultados.
Em Mato Grosso do Sul, em 2020, dos 926 mil domicílios investigados pelo PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua) órgão ligado ao IBGE, 153 mil, ou seja, 16,5%, responderam ter feito ao menos uma viajem nos três meses anteriores a entrevista. Em 2021, esse resultado foi de 131 mil (14,2%). No ano de 2019, este percentual havia sido de 21,8%.
Falta de dinheiro
De acordo com a pesquisa, no Estado foram 773 mil domicílio em que nenhum morador viajou nos últimos três meses de 2020. No ano passado esse número aumentou para 796 domicílios. Ao serem questionados sobre o principal motivo pelo qual nenhum morador da residência viajou, 33,3% alegaram ter sido por falta de dinheiro (em 2021 foram 30,5%), 9,6% por falta de tempo (8,3% em 2021) e 19,2% por não ter havido necessidade (20,8% em 2021).
Visitas para familiares e amigos motivou viagens
Em relação ao motivo, os padrões sul-mato-grossenses pouco se alteraram. Em 2020, 83,6% das viagens ocorreram por finalidade pessoal e em 2021 o percentual foi de 82,1%. Entre os fatores que levaram a população a realizar viajem de cunho pessoal, em 2020, 53,5% declararam ter viajado devido a visitas ou eventos de familiares e amigos, 20,5% tratamento de saúde ou consulta médica (incluindo internações para tratamentos ou cirurgias e atendimento psicológico) e 20,9% por lazer. No ano de 2021 a visita ou evento de familiares e amigos caiu para 47,5%, tratamento de saúde e consulta médica foi de 23,1% e lazer subiu para 22,7%.
Hospedagem
Casas de amigos ou parentes foram os principais locais para hospedagem tanto em 2020 (54,6%), quanto em 2021 (51,4%). Hotéis, resorts ou flats ficaram em segundo lugar. As pousadas não apresentaram participação elevada, entretanto, na análise regional, as viagens para o Rio de Janeiro, cuja hospedagem ocorreu em pousadas, alcançaram dois dígitos (11,9% em 2021), seguido por Santa Catarina (10,1%). Nas demais Unidades da Federação esta participação foi pouco relevante. Na comparação, Mato Grosso do Sul figura na 23ª posição no ranking de hospedagem em pousadas (3,1%).
Transporte
No Estado, o carro foi o principal meio de transporte utilizado em viagens, seja particular ou de empresa, com 70,3% de usuários. O ônibus de linha ficou em segundo lugar, com 8,9%, seguido por avião, com 8,3% em 2020. No ano de 2021, houve pequena variação: carro particular ou de empresa (62% do total), seguido por avião (10%) e ônibus de linha (9,5%). A motocicleta foi o transporte menos utilizado, em ambos os períodos.