Para deixar um pet faceiro é necessário planejar e cuidar das relações sociais e ambientais em que ele vive
Os cachorros são animais que não precisam de muito para serem felizes. O amor de seus tutores, um lugar para dormir e uma boa refeição são mais do que suficiente para desfrutar de uma vida plena. Mas, se você quer que eles vivam ainda melhor, é preciso prestar atenção a certos detalhes do seu cotidiano.
De acordo com o professor do Curso de Medicina Veterinária da Uniderp Diogo Cesar Gomes da Silva, se buscarmos uma definição na ciência do comportamento, a felicidade seria um conjunto de atitudes positivamente reforçadas, decorrentes de certas condições no ambiente, com efeitos descritos como satisfação e alegria.
“Para deixar um pet feliz é necessário planejar e cuidar das relações sociais e ambientais que este animal se relaciona, promovendo a saúde do organismo em todos os seus sentidos seja ele físico, fisiológico e cognitivo”, explica o especialista.
Assim como nos seres humanos, os comportamentos definidos como felicidade dependem de influências relacionadas à aprendizagem e ao ambiente social. Por isso não existem sinais seguros para afirmamos o bem-estar. Existem respostar fisiológicas e ações que os cães emitem que, dependendo do contexto, podem ser descritas por um conjunto de sentimentos e sensações que associamos a felicidade como prazer, relaxamento, alegria, entre outros.
Abanar o rabo não significa felicidade
Abanar o rabo pode parecer ao leigo um sinal de felicidade, mas isso vai depender das condições ambientais vividas e presentes. “Pesquisas apontam que os cães tendem a lateralizar o movimento do rabo para eventos aversivos, e a frequência também está associada com o grau de excitação do organismo. Além disso, o animal pode aprender a abanar o rabo em diferentes contextos, de modo que sem uma análise cuidadosa do contexto, não é correto afirmar se abana o rabo está feliz”, revela.
Postura relaxada
Como tudo na ciência do comportamento, não necessariamente, é necessária uma análise de contexto. A postura relaxada pode estar sendo emitida por um estresse térmico, físico, ou realmente um animal satisfeito.
Olhar alegre e sorriso no rosto
Cães são bem expressivos em termos de comportamento fácil, e as modificações nos lábios e olhos em especial podem ser ótimos indicadores de saciedade e privação. Mas assim como os demais comportamentos, precisam de avaliação cuidadosa. Eles de fato estão relacionados ao conjunto genético de indicações de saciedade, mas podem ser alterados pela experiência. Já viram o chamado “sorriso límbico”, quando o cão mostra os dentes como se estivesse sorrindo? Pois é, esse padrão de comportamento não está presente no repertório comunicativo do cão e não é utilizado em contextos sociais, é fruto de processos de aprendizado social com o homem.
Apetite em dia
O termo “felicidade” está muito associado ao de bem-estar, então é normal esta pergunta. Bem-estar, citando Donald Broom e Fraser (duas grandes referências mundiais no assunto), representa o estado do indivíduo em suas tentativas em adaptar-se ao ambiente. Então ausência de apetite, indica (se o animal estiver saudável) adaptação, no sentido de que suas necessidades de nutrientes não são requeridas naquele momento. Mas associar comer com felicidade é um grande equívoco.
Boas noites de sono
É fundamental para a saúde. O organismo necessita de repouso para suas funções vitais. E o animal precisa deste descanso para seu crescimento, maturação, descanso e etc.
Comportamento pouco destrutivo
Caso o cão esteja destruindo objetos em contextos que tragam prejuízo a ele ou a outros, isso não indica grau de infelicidade, indica comportamentos que estão sendo executados para adaptação aos contextos atuais.
(Bruna Marques)