Um dos maiores “elefantes brancos” da Capital, em construção desde 1991 para abrigar até então o que seria a nova rodoviária da cidade, o Centro de Belas Artes de Campo Grande já tem data para retomar suas obras. A confirmação veio do titular da Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos), Rudi Fiorese, que em entrevista ao O Estado Online deu alguns detalhes cruciais sobre uma das obras campo-grandenses mais “longevas”.
Primeiramente, o secretário afirmou que “a partir do fim do mês [de janeiro], o mais tardar início de fevereiro” o empreendimento já volte a ser reformado. A declaração veio no mesmo dia em que o Diogrande (Diário Oficial de Campo Grande) divulgou o resultado da licitação número 036/2021. Na publicação, a sidrolandense Orkan Construtora foi a ganhadora e ficará responsável pelas obras.
“Importante ressaltar que a conclusão não será do prédio como um todo, mas parte dele”, pontuou Rudi. Na operação, o correspondente a 28% é para a finalização de um espaço de 16 mil metros quadrados para fins culturais. O restante ainda será licitado. “Ainda não temos recursos para terminar o prédio todo”, justifica.
O custo de conclusão não foi informado nem pela secretaria nem na publicação do Diogrande. Porém, descrito no edital, estima-se que o valor de R$ 5,1 milhões seja suficiente para a obra.
Nova sede da Sesau
Sobre a declaração do prefeito Marquinhos Trad (PSD) sobre o Centro de Belas Artes também abrigar a nova sede da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), Rudi desconversou. “Não é uma decisão específica da Sisep, mas envolve também a Diretoria Executiva de Planejamento e Gestão Estratégica, o Gabinete do Prefeito, a própria Sesau…”, disse.
Em resumo, a possibilidade entra para a fase licitatória. A área disponível são de 12 mil metros quadrados restantes do prédio.
Mais de três décadas
Lá se vão 31 anos desde que o Governo do Estado decidiu contruir no Jardim Cabreúva o que era para ser a nova rodoviária da Capital. Em 2006, a prefeitura recebeu do Poder Público a obra, época em que se definiu que o local serviria como Centro Municipal de Belas Artes.
Desde então, a construção, reforma e finalização dos 15 metros quadrados vêm sendo feitas por partes. A primeira em 2008, ao custo de R$ 6 milhões para a Mark Engenharia. Porém, cinco anos mais tarde, houve atraso nos pagamentos, a empresa não concluiu o contratado e a prefeitura decidiu por paralisar a obra.
O caso, que foi parar na Justiça, só foi parcialmente resolvido em 2017, quando a gestão atual fez um acordo com o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) para continuar a obra. Em 2019, uma nova empresa foi contratada. Entretanto, como o prometido à Mark Engenharia não foi pago, novamente houve suspensão da construção para “quitação de débitos” – isso em 2020. Na sequência, a outra licitada desistiu do contrato alegando “defasagem nos valores propostos”.