Para alguns, procura com urgência foi justificativa para aumentar valor do serviço
Árvores caídas sobre casas, fiação elétrica e até mesmo ruas. A situação de árvores, nos últimos dias, vistas em praticamente todos os bairros campo-grandenses fez com que jardineiros e empresas de poda fossem mais procurados. Afinal, o receio é que, com novas tempestades, mais árvores caiam. Para evitar o transtorno, os campo-grandenses recorreram aos prestadores de serviços, que viram não só a demanda, mas também os lucros subirem.
“Após o temporal, aumentou muito as emergências, como corte de galhos que estavam próximos de fios e de garagens. Tivemos remoção de árvores caídas sobre comércios, mas o aumento principal foi na questão preventiva”, afirma Paulo Roberto de Souza, 31 anos, dono de empresa de jardinagem há dois anos.
Na última sexta-feira (22), exatamente uma semana após o forte temporal que atingiu a Capital, ainda era possível ver árvores cortadas, raízes arrancadas e galhos jogados em bairros diferentes. Para quem está no ramo há mais tempo, como Júnior Salina, 41 anos, que trabalha com jardinagem há, pelo menos 15 anos, a situação incomum transformou a demanda do serviço. Ele estima que a procura aumentou em torno de cinco vezes.
“Eu atendia, em média, 6 clientes por dia, entre orçamento e serviço. Hoje, essa média está em 30 por dia”, conta. Diante da procura intensa, Júnior resolveu investir no negócio e também aumentar o preço, ainda mais quando a maioria dos serviços são de emergência.
Maiko Correia, 38 anos, afirmou que os serviços dobraram. “Como os clientes querem coisas rápidas, eu tive que cobrar um pouco mais. Os preços variam entre R$ 1,2 mil para transporte e R$ 1,5 mil para remoção total das árvores”, explica o empresário.
Na última semana, o Corpo de Bombeiros informou que, pelo menos 250 árvores caíram em Campo Grande durante o temporal. Além disso, outras caíram após o momento mais crítico. Até o fim da semana passada, equipes ainda trabalhavam para atender os chamados em abertos. Diante da demora do Poder Público em atender a todos, tem gente que viu o momento como uma oportunidade para investir no negócio.
“Apesar do fenômeno, tem sido muito bom para os negócios, já que a cultura de Campo Grande é de não manter um cuidado diferenciado com as árvores. Eu sempre mantive um preço de qualidade para oferecer o melhor serviço e, agora, os planos são de investir esse dinheiro extra em maquinários para atender ainda mais clientes”, afirma Paulo, dono da empresa Di Graminha.
Saiba como prevenir problemas com árvores durante os temporais
Com novos alertas de temporais em Mato Grosso do Sul, é importante estar atento para evitar problemas e, principalmente, não colocar a vida em risco.
No caso das árvores, a orientação para prevenir a queda é atentar-se a alguns sinais, como existência de buracos no caule, raízes expostas, presença de alguma parte oca ou mesmo de parasitas, além das condições do solo nos arredores da árvore. Coloração e angulação diferentes no tronco ou galhos também podem indicar que algo está errado.
O Corpo de Bombeiros orienta que a população não se abrigue embaixo de árvores durante as chuvas, pois existe o risco de queda da árvore ou de galhos bem como a possibilidade de serem atingidas por raios.
Outra recomendação é não subir no telhado de residências, pois há risco iminente de queda, mesmo em caso de pessoas acostumadas a fazer este tipo de trabalho. Caso haja queda de árvores sobre o telhado ou muros e a situação coloque vidas em risco, a orientação é sair da residência buscando um abrigo seguro. Após a saída, a recomendação é acionar o Corpo de Bombeiros ou a Defesa Civil local.
Texto de Débora Ricalde
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