Primeiros voluntários da Capital recebem dose da vacina BCG

Os voluntários que se inscreveram no estudo BTB (Brace Trial Brasil) da vacina BCG, que previne contra tuberculose, em Campo Grande, começaram a receber a dose ontem (19) na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul). A expectativa é vacinar 2 mil profissionais da área da saúde. Neste primeiro, dia 10 voluntários foram vacinados.

A pesquisa no Brasil é liderada pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e, além de Campo Grande, a testagem será feita também no Rio de Janeiro, em 1 mil pessoas. O estudo quer avaliar se a vacinação ou revacinação com a BCG pode reduzir o impacto da COVID em trabalhadores de saúde.

O médico infectologista Julio Croda é o coordenador da pesquisa na Capital. Segundo ele, o número de voluntário ainda não foi atingido. “Vamos vacinando quem já se inscreveu, mas o link para pré-cadastro continua aberto para que os interessados possam fazer parte da pesquisa. Acredito que atingiremos os dois mil voluntários”, assegurou.

Na Capital, o estudo conta ainda com parceira da Cassems (Caixa de Assistência dos Servidores do Estado de Mato Grosso do Sul) e da SES (Secretaria de Estado de Saúde). Conforme Croda, profissionais da Cassems participaram do estudo. “Vamos começar a fazer a vacinação na Cassems na próxima semana”, explicou.

O médico e coordenador do estudo, Roberto Oliveira, explicou que, inicialmente, por dia estão sendo vacinados 10 voluntários, mas a intenção é expandir para 90 aplicações, somando esforços de duas outras unidades com a UFMS.

“Nós temos essa parceria com a Cassems, que nos cedeu uma sala, e com o HRMS [Hospital Regional de Mato Grosso do Sul], cada um fará, em média, 30 testes por dia. Nós estamos criando o protocolo que será seguido nestas instituições e, por conta disso, estamos realizamos um número menor nas primeiras semanas”, pontuou.

Oliveira ainda ressalta que os primeiros resultados reais das aplicações realizadas ontem só poderão ser conferidos dentro de seis meses, portanto, em março de 2021.

Ao todo, o estudo vai vacinar 10 mil voluntários. Além dos três mil do Brasil, haverá testes na Austrália, Reino Unido, Espanha, Holanda e Brasil. O projeto é liderado pelo pesquisador australiano Nigel Curtis do Murdoch Children’s Research Institute e financiado pela Fundação Bill e Melinda Gates Foundation.

Os voluntários, antes de tomarem a vacina em dose única, passam por entrevista e testagem sorológica. Eles também serão acompanhados pela equipe de pesquisa por até 1 ano, por meio de ligações telefônicas semanais. Se apresentarem qualquer sintoma sugestivo de COVID-19, eles farão o teste swab para avaliar a presença de SARS-COV2.

A técnica em enfermagem Ana Paula Souza, de 36 anos, participou da testagem na tarde de ontem. A inscrição foi feita há uma semana.

“No hospital em que eu trabalho grande parte da equipe já ficou doente e, como para participar era preciso não ter tido contato com o vírus, logo resolvi me candidatar”, contou.

Serviço: Para se cadastrar o voluntário tem que fazer o pré-cadastro no link e ser maior de 18 anos, profissional da saúde (enfermeiros, médicos, técnicos, fisioterapeutas, recepcionistas, porteiros e outros), não ter sido infectado pelo COVID-19 e não estar participando de outro ensaio clínico. Leia outras notícias relacionadas.

(Texto: Rafaela Alves com Amanda Amorim)

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